HISTÓRICO
A A.C.F.A. foi fundada em onze de agosto de 1997, por Jackson Leandro Tomelin de Oliveira (instrutor Pica-pau) em Porto Alegre, RS.
Sua primeira sede foi na rua 24 de Outubro, no salão da Igreja Auxiliadora, junto ao Grupo Escoteiro Marechal Rondon.
Tendo como principal intuito, acrescentar elementos da filosofia do escotismo à capoeira, a A.C.F.A. obteve, através desta prática, a certeza e o reconhecimento de estar trilhando um caminho de forma sincera e competente. Prova disso foi que após um ano de trabalhos, a A.C.F.A. obteve aquelas que representam as mais importantes conquistas no cenário ‘capoeirístico’: a oportunidade de ministrar aulas no Colégio Pastor Dohms e, mais tarde, a criação da sede da A.C.F.A., onde, além da prática da capoeira, desenvolveu-se um espaço cultural. Essas conquistas proporcionaram a coexistência de dois elementos fundamentais para o desenvolvimento da capoeira: educação e lazer.
Importante salientar que algumas adesões foram fundamentais para o fortalecimento da estrutura da A.C.F.A. Essas pessoas de talentos e experiências singulares vieram somar ao grupo, formado pelo instrutor Pica-pau e alunos, que já lutavam para formar uma estrutura de grupo diferenciada, onde o valor humano de cada indivíduo é reconhecido e o respeito à integridade física do aluno é estimulado, considerando regra. E, também em 1997, o instrutor Jackson L. Tomelin de Oliveira teve a oportunidade de conhecer uma grande pessoa e uma estrela da arte da capoeira, o grande e famoso MESTRE NATANAEL, que por intermédio de um amigo foram apresentados, o então saudoso mestre veio a Porto Alegre, conhecer o trabalho do menino que estava começando. No final do ano de 1998 o instrutor Jackson foi para São Paulo fazer um curso com o mestre Natanael e ao retornar para o evento que estava sendo preparado em Porto Alegre trouxe com ele para participar do evento os mestres: Ananias, Zumbi, Macumba e Natanael, e quando apresentava os mestres para o público, o MESTRE NATANAEL pediu a palavra e então falou a todos que ali estavam: “A partir de hoje esse menino é meu filho.” E deste dia em diante a A.C.F.A ganhou a proteção e orientação de um dos maiores mestre da história da capoeira.
Hoje a relação do mestre com o nosso grupo é de pai para filhos, nós somos muito felizes por Deus ter colocado em nossos caminhos uma pessoa tão especial como ele.
A HISTÓRIA DE MESTRE NATANAEL
Natanael Cerqueira Pinto, nasceu em 02 de dezembro de 1946 no reconcavo baiano de Irará.
Conheceu o mundo da capoeira na Bahia com seu Mestre "Canjiquinha" levado pelo capoeira Valdemar da Prefeitura em 1961. Praticou a capoeira durante quatro anos na Bahia. Logo depois foi para São Paulo em 1965, tentar a vida na cidade grande, sozinho conseguiu um emprego na Granja Viana onde também habitava. Começou a estudar canto com a professora Rozires, na Rua Augusta, lugar onde pessoas famosas como Jair Rodrigues e Antônio Borba também estudaram.
Um dia, ao passar na Rua Bela Cintra, deparou com a academia do Valdemar e Bolinha, o primeiro lugar a jogar capoeira em São Paulo, que mais tarde mudou-se para o Edifício Martinnelle, onde passou a dar aula.
Logo em seguida conheceu Paulo Gomes, mestre da academia Ilha de Maré.
Em 1969 o Mestre Caiçara veio a São Paulo para gravar um disco com sua caravana onde também estavam: Limão, Silvestre, Mano, Dimóla, entre outros grandes nomes da capoeira.
"Foi quando eu não mais me senti só" diz o mestre Natanael.
Pois logo em seguida foi aberta a feira do Hip na Praça da República, onde, nos finais de semanas, todos os capoeiras se reuniam e faziam uma roda frente ao coreto.
Aí então foi onde conheceu e passou a conviver com grandes capoeiras. (Suassúna, Geovã, Brasília, Ananias, Evaristo, Zé de Freitas, Joel, Seu Mélo, entre outros.)
De lá para cá muitos capoeiras que hoje são Mestres consagrados, passaram pela sua mão. (Zumbi, Quintino, Valmir, Limãozinho, Márcio, Marinheiro, Índio, Macumba, Ferruge, entre outros), pois Natanael sempre lutou muito com o brasão da academia Vera Cruz (Mestre Silvestre) e Quilombo dos Palmares (Mestre Limão).
Em 1981 Natanael abre sua primeira academia "Filhos de Bantos" na Av. Rebouças no centro de São Paulo. Onde mais tarde mudou-se para o bairro de Santo Amaro na zona sul.E em 1987 iniciou sua carreira musical, e hoje já gravou vários discos e muitas músicas que ficaram famosas, como sereia, pegaram o leu não bambeia e outras.
Em 1985 começou sua trajetória musical, pois Mestre Limão convidou Natanael para gravar o lado B do seu Disco "Capoeira Mestre Limão".
(Mestre do mestre Natanael)
"A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo"
Washington Bruno da Silva, nasceu em Salvador (BA), filho de D. Amália Maria da Conceição. Aprendeu Capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Aberrê. Iniciou-se na Capoeira em 1935, na Baixa do Tubo, no Matatu Pequeno. "No banheiro do finado Otaviano" (um banheiro público). Filho de lavadeira, Mestre Canjiquinha foi sapateiro, entregador de marmita, mecanógrafo. Dentre outras atividades foi também jogador de futebol (goleiro) do Ypiranga Esporte Clube, além de cantor de boleros nas noites soteropolitanas. Participou também dos filmes "O Pagador de Promessas", "Operação Tumulto", "Capitães de areia", "Barra Vento", "Senhor dos Navegantes" e "A moça Daquela Hora". Além de fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Fundou o Conjunto Folclórico Aberrê, tendo sido Mestre de Natanael, Antônio Diabo, Paulo dos Anjos, Burro Inchado, Madame Geny, Vitor Careca, Robertão e Brasília, dentre outros nomes da Capoeira
OBJETIVOS E NORMAS DA A.C.F.A.
OBJETIVOS
A capoeira é compreendida na A.C.F.A. como uma rica manifestação folclórica cuja origem está associada a uma luta. Portanto ela é sempre uma forma de defesa e ataque, mesmo que sua plasticidade seja tão eloqüente que pareça uma dança, e mesmo que suas regras pareçam permitir simples competições entre atletas.
Todavia o fato de, em essência, ser uma luta extremamente “maliciosa e cheia de maldade”, não implica que seu aprendizado tenha que ser feito através de brigas de rua, de golpes desferidos com o intuito de machucar um companheiro de treino, nem em um ambiente de baixo nível.
Na A.C.F.A., a capoeira é um estado de espírito. Ela é indissociável da alegria, da cortesia, do respeito e da educação.
Contudo, por ser essencialmente uma luta, apesar de todo o cuidado do corpo docente, podem ocorrer eventuais contusões durante uma roda ou treino. Estas são inevitáveis na capoeira, como em qualquer atividade esportiva, e os alunos da A.C.F.A. têm consciência desta possibilidade desde o momento de sua matrícula. Brigas não são, de modo algum, permitidas pelos professores, mas esses não têm responsabilidade por contusões naturais em qualquer esporte.
NORMAS GERAIS
A A.C.F.A. é um ambiente de respeito e educação, e os membros do corpo docente podem impedir a entrada, ou exigir a saída de quem não se enquadre nos critérios de conduta por ele definidos.
Alunos de outras associações poderão permanecer na A.C.F.A. por um pequeno período de tempo para conhecer os princípios básicos de funcionamento da mesma, mas não poderão participar de aulas ou rodas sem autorização do corpo docente. Esta norma visa evitar inúmeros conflitos que foram presenciados durante anos, em diversas rodas e associações e, acima de tudo, objetiva proteger os alunos da A.C.F.A., e não agradar estranhos.
Alunos da A.C.F.A., que quiserem trazer convidados para assistir a uma aula ou participar de uma roda, devem comunicar antes o corpo docente. Aquele que aceitar um convidado na A.C.F.A. será integralmente responsável por sua conduta.
A A.C.F.A. se reserva o direito de não aceitar a matrícula de quem for julgado incompatível com as normas da mesma, podendo, inclusive, efetuar o cancelamento de inscrição. Alunos que já treinaram em outras associações só poderão efetuar a matrícula após uma entrevista pessoal com o corpo docente. Não se adotam cordões conquistados em outras associações. Os alunos devem iniciar usando o cordão de estagiário de acordo com seu nível.
Não é permitido o consumo de álcool, fumo ou outro tipo de droga em qualquer dependência da A.C.F.A. durante as atividades ou quando os capoeiristas estiverem uniformizados. Os alunos deverão cuidar para que seus convidados ou seus pais cumpram a risca este item.
O material inútil ou lixo deverá ser colocado nas latas de lixo, pois todo o processo de qualidade se inicia com ordem e limpeza. Somente terão acesso aos vestiários os elementos que forem alunos regulares.
É indispensável o uso do uniforme em toda e qualquer atividade da A.C.F.A.
Em nenhum momento, pessoas portando qualquer tipo de arma ou droga poderão permanecer na A.C.F.A.
MÉTODO DE ENSINO
Com consciência da importância do ensino da capoeira para o ser humano, o corpo docente da A.C.F.A. dispõe de profissionais e/ou estudantes de Psicologia e Educação Física, e de conhecedores da filosofia do escotismo, visando obter um trabalho holístico, diferenciado. Com base no conhecimento destas áreas e em profunda reflexão sobre a história da capoeira, pode-se trabalhar com o corpo e a mente do aluno, unindo exercícios que proporcionam mais saúde, conhecimentos filosóficos fundamentais ao desenvolvimento psíquico e o aprendizado da história da Capoeira – “A história do Brasil.”
CONDUTA DE CAPOEIRISTA
Você que está iniciando na prática da capoeira, saiba que para conviver em grupo, existe uma série de normas de conduta que todas as pessoas deveriam cumprir. Mas, como, infelizmente, poucas pessoas o fazem, devido a nossa sociedade competitiva, vamos fazer nossa parte dentro do grupo, e, para que você se torne um cidadão responsável e íntegro, procure levar para a grande roda da vida sua conduta de capoeirista.
1. Seja humilde. Todas as pessoas podem lhe ensinar. Lembre-se que ninguém é melhor que ninguém, apenas pode estar melhor.
2. Seja modesto. Não deixe os elogios subirem à sua cabeça.
3. Lembre-se que sua liberdade acaba onde começa a do próximo.
4. Trate as pessoas pelo que elas são, não pelo que elas possuem. A verdadeira amizade não tem interesse.
5. Valorize sua família e seus amigos, pois muitos só dão valor às pessoas próximas depois que as perdem.
6. Ajude seus colegas, o crescimento deles lhe fará crescer também.
7. Lembre-se que o poder vem com a responsabilidade.
8. Sempre jogue com o seu colega, nunca contra ele.
9. Seja crítico, questione o que acontece nas aulas.
10. Domine as técnicas antes de aplicá-las na roda.
11. Respeito é diferente de medo.
12. Lute com todas as suas forças para obter sua vitória, seja ela qual for. Pois o simples fato de você, honradamente, buscar o que almeja, já é uma vitória, sem arrependimentos posteriores caso não o consiga.
13. Não se compare com outros capoeiristas, e sim, consigo mesmo, pois cada ser humano é diferente, portanto tem que superar seus próprios limites.
14. Nunca use os fundamentos da capoeira para oprimir, lembre-se que ela nasceu para libertar.
NORMAS PARA OS ALUNOS
1. Os treinos devem ser levados a sério. Perseverança e assiduidade são essenciais.
2. Ao ingressar nas dependências da A.C.F.A., se conscientize das normas e critérios da casa. Para entrar ou sair de toda e qualquer atividade fora do horário normal (início ou término) peça licença ao responsável.
3. Os alunos envolvidos em brigas de rua, ou com comportamento julgado inadequado pelos padrões da A.C.F.A., poderão ser suspensos ou mesmo expulsos.
4. Evite demonstrar seus progressos fora da academia. A capoeira é uma luta na qual uma de suas principais características é a surpresa.
5. Os alunos deverão fazer aula devidamente uniformizados - com a camiseta e a calça da A.C.F.A. Quando estiverem machucados deverão comparecer assim mesmo para treinar o que for possível, tal como alongamentos, instrumentos ou cantos. Temporariamente, alunos com cortes nos pés ou outros problemas poderão treinar de tênis.
6. Após terem feito aula, os alunos que quiserem poderão ficar treinando no local de treino, desde que não atrapalhem a aula seguinte ou haja disponibilidade de horário.
7. Todos os alunos deverão fornecer duas fotos 3x4 até 30 dias após sua matrícula. Estas fotos serão para sua ficha cadastral e carteira de identificação. Sem as fotos, não poderão treinar no mês seguinte.
8. Respeite seu parceiro de treino e de roda, pois é ele que permite o seu progresso. A aplicação de golpes violentos e traumáticos, de modo intencional, poderá levar à suspensão ou mesmo expulsão.
9. Os alunos mais graduados não deverão abusar dos menos graduados através da força. O bom capoeirista tem técnica desequilibrante e se impõe por um jogo insinuante e cheio de quedas sem violência.
10. Todos os alunos da A.C.F.A. devem participar das rodas de grupo. Participar de rodas é essencial para o crescimento do capoeirista.
SISTEMA DE PAGAMENTO
1. As mensalidades deverão ser pagas nas datas fixadas pela administração de cada local. Cada local tem autonomia para fixar estas normas de pagamento.
2. As calças e camisetas só serão vendidas mediante pagamento no ato. Quando não houver estoque, o aluno poderá treinar com camiseta branca qualquer o conforme combinar com o professor responsável.
3. O aluno que parar de treinar por mais de dois meses e retornar deverá pagar nova matrícula, caso aja taxa de matricula.
4. Nos batizados e festas, é cobrado apenas o custo do cordão recebido e da produção da festa organizada.
5. Com o intuito de motivar o desenvolvimento dos alunos, poderão ser dados descontos nas mensalidades, conforme a graduação.
SISTEMA DE AULA
As aulas se iniciam sempre no horário previsto, o que é sinal de boa educação e respeito ao próximo. Portanto, o ponto inicial do aprendizado nas artes da capoeira da A.C.F.A. é, exatamente, a pontualidade.
A CAPOEIRA E O ESCOTISMO
O escotismo foi criado pelo inglês Robert Stephenson Smith Baden Powell, com o princípio básico de estimular a responsabilidade, o senso de hierarquia e o trabalho em equipe. Estes três aspectos interligados visam o amadurecimento do indivíduo, o que, por sua vez, requer a capacidade humana de tornar-se independente e seguro frente à vida.
Quando terminou seus estudos secundários, Baden Powell ingressou no exército. Como oficial de carreira viajou muito, conhecendo grande parte do mundo. Durante suas viagens, conheceu tribos de guerreiros da áfrica, os vaqueiros Americanos e conviveu com os índios da América e do Canadá. Durante a Guerra do Transvaal em 1899, Baden Powell comandou a guarnição de Mafeking, importante entroncamento ferroviário, cuja posse era de grande valor estratégico. A cidade foi durante meses vítima de ataques de forças inimigas muito superiores, e só se manteve graças à inteligência e coragem de seu comandante, cujas atitudes inspiravam a atuação de seus comandados.
Como dispunham de poucos soldados, B.P. treinou todos os homens válidos da cidade para usá-los como combatentes e para os serviços auxiliares: primeiros socorros, comunicação, cozinha, e organizou um corpo de cadetes com adolescentes na cidade. A maneira como os jovens desempenharam suas tarefas, seus exemplos de educação, lealdade, coragem e responsabilidade, causaram grande impressão em B.P. e anos mais tarde aquele acontecimento teria grande influência na criação do Escotismo.
Baden Powell, promovido ao posto de Major-General, tornou-se muito popular e lançou seu livro que escrito para militares "Aids to Scouting" (Subsídios para Reconhecimento). Seu sucesso não só para o público militar, mas também para o público jovem, incentivou Baden Powell a escrever uma versão especialmente para o público juvenil.
Em 1907, foi com um grupo de 20 rapazes para a Ilha de Brownsea, para realizar o primeiro acampamento escoteiro. No próximo ano escreveu em seis fascículos quinzenais o seu manual de adestramento, o "Escotismo para Rapazes".
Assim, em 1910, B.P. compreendeu que o Escotismo seria a obra à que dedicaria sua vida, afastando-se do exército e dedicando-se apenas ao Movimento Escoteiro.
Além do diferenciado conhecimento que o escoteiro possui com relação à natureza - a necessidade de respeitá-la e mantê-la viva - há também a busca pela integração, pela adaptação ao grupo.
Entre outros princípios relacionados ao escotismo de que se pode tirar proveito, na capoeira, destaca-se honrar a Pátria, a Deus e ao semelhante.
PSICOLOGIA DA CAPOEIRA
O Ensino da Capoeira na A.C.F.A. considera princípios da psicologia associados ao saudável crescimento e desenvolvimento psíquico do aluno. Deste modo, com base na proposta de aprendizagem de Piaget, é valorizada a sua curiosidade intelectual e criatividade, com a certeza de que o ato de conhecer e aprender é prazeroso para o ser humano.
Entretanto, pode-se pontuar que para jogar a capoeira, o aluno deve dispor de muita criatividade e capacidade de inovação, de modo a surpreender seu parceiro de jogo. Por outro lado, a curiosidade intelectual é de fundamental importância por permitir um maior desenvolvimento e aprendizado. O corpo docente da A.C.F.A. permite que o aluno desenvolva-se: evitando que o mesmo limite-se à cópia de movimentos, mas incentivando-o a questionar e refletir sobre os mesmos e a chegar a um conhecimento mais profundo da técnica e da filosofia da capoeira.
Desde criança passamos por situações onde devemos saber como reagir e como nos comportar; somos obrigados a viver socialmente em grupos diversos (escola, clube, reuniões familiares, etc...). Consciente desta necessidade, o ensino da capoeira na A.C.F.A. permite que o aluno tenha uma vivência grupal, onde deverá organizar-se, ter responsabilidades, cumprir tarefas, respeitar os demais, saber ouvi-los, ajudá-los enfim, aprender a conviver em grupo.
A graduação do aluno é um processo contínuo que lhe serve como estímulo e abrange aspectos também relacionados com a concepção Piagetiana de ensino. No processo global de adaptação, existem dois momentos descritos como assimilação e acomodação. Assimilação é entendida como uma tentativa de solucionar um problema ou determinada situação, com base em um conhecimento já adquirido. Um exemplo que se pode dar é que, a partir do momento em que o aluno aprende a gingar, o mesmo conseguirá utilizar esse movimento sempre que necessário, podendo variar seu ritmo em função do estilo de jogo (mais lento na Angola, mais rápido na Regional, etc...). Deste modo o aluno faz uma adaptação do movimento apreendido, de acordo com a circunstância (o ritmo) a que irá submeter-se.
O processo de acomodação determina-se quando o ser humano percebe que seu conhecimento não é suficiente para solucionar uma situação. Deste modo, o processo de assimilação verifica-se ineficaz. Caberá ao indivíduo tentar novas maneiras de agir, levando agora em consideração as características novas da circunstância. Na A.C.F.A. podem-se verificar esses processos constantemente durante as rodas. Nas mesmas, há sempre uma nova circunstância imposta ao aluno (já que o jogo da capoeira deve ser espontâneo e criativo), que o leva a rapidamente solucioná-la, muitas vezes utilizando o que já conhecia (como golpes, acrobacias e ginga aprendida em aula - assimilação), e por outras sendo levado a utilizar novas seqüências de golpes e/ou defesas espontaneamente desenvolvidas.
A graduação (passagem de fase na Capoeira) permite que o aluno, após o processo de assimilação do conhecimento específico de sua fase, passe para uma fase seguinte, sendo obrigado a utilizar sua capacidade de acomodação frente a novos conhecimentos, a cada fase mais aprofundados e adicionados a maiores responsabilidades dentro do grupo.
Há, contudo, uma preocupação com a faixa etária do aluno, respeitando suas limitações e seu processo de desenvolvimento humano.
A CAPOEIRA E A EDUCAÇÃO FÍSICA
A contribuição da Educação Física é de relevante importância, já que norteia o corpo docente frente aos exercícios utilizados em aula. Ao professor cabe utilizar exercícios que melhor obtenham um aquecimento, alongamento, flexibilidade, flexionamento, força e potência muscular e resistência no desempenho. A preocupação com a saúde e condição física do aluno é considerada primordial no trabalho da A.C.F.A.
METODOLOGIA DE APRENDIZADO
O processo de aprendizado da capoeira é longo e árduo, pois seu jogo exige preparo muscular de alto nível, reflexos apurados e todo um amadurecimento em termos de malícia.
De modo geral, um aluno poderá obter uma trca de graduação por semestre. Este prazo, todavia, corresponde a um esforço de treino ininterrupto, e o tempo poderá ser prorrogado caso nescessario.
O aprendizado da capoeira na A.C.F.A. é feito de modo gradual e por intermédio de exercícios físicos e seqüências de ataque e defesa, e, em cada estágio, aluno deve, obrigatoriamente, ir aprendendo os correspondentes toques de berimbau, atabaque e pandeiro.
AQUECIMENTO
Por aquecimento entende-se a preparação da musculatura para responder de forma rápida. Em geral, um corpo bem aquecido tem associado um aumento de batimentos cardíacos. Correr por dez minutos é um bom exemplo de uma forma de aquecimento, mas, na A.C.F.A., o aquecimento preferido é feito através da ginga. O termo ginga se refere a um modo de mover continuamente o corpo, estando ele bem relaxado.
Todavia, um corpo bem aquecido não é condição suficiente para evitar distensões, devendo-se também efetuar exercícios de alongamento e flexibilidade.
ALONGAMENTO
É um procedimento utilizado para trabalhar a flexibilidade, cujo objetivo é movimentar as articulações dentro da faixa de normalidade de amplitude (sem “forçar”).
Por alongamento se entende a extensão das fibras musculares na direção do movimento executado. Um exemplo é a colocação das palmas das mãos no chão, mantendo os joelhos esticados. Este movimento (e a manutenção desta posição) alonga a maioria das fibras das pontas dos pés, da parte posterior das pernas, da região lombar e da região das costas.
O alongamento da parte posterior do corpo é essencial para o capoeirista, e Mestre Bimba submetia todo candidato a aluno a três exercícios testes. O primeiro era, justamente, colocar as duas mãos no chão e manter a posição por 5 segundos. Alunos que não conseguiam não eram aceitos e eram mandados para casa para treinar alongamento. Quando conseguiam, voltavam para novo teste.
Interessante notar esta sabedoria de Mestre Bimba, pois ele não tinha instrução específica para tal, mas seu conhecimento derivava de sua maestria na capoeira. O alongamento da parte posterior do corpo influi em toda a sua possibilidade de movimentação e na própria postura diária.
O alongamento é para ser feito devagar, nas possibilidades do corpo de cada um, e sem dores insuportáveis!! Só a prática perseverante permite um alongamento sadio e sem traumas para a musculatura. Um treino adequado permite que, em 3 anos, se consiga uma condição de extensão totalmente nova para um aluno iniciante.
FLEXIBILIDADE
Por flexibilidade entendem-se as possibilidades de mobilidade das articulações do corpo.
As duas necessidades básicas do capoeirista quanto flexibilidade são: a abertura nos quadris e a inversão de concavidade da espinha dorsal.
Os quadris devem ter movimentos livres, o que requer músculos da virilha alongáveis e encaixe coxo-femural livre. Esta flexibilidade dos quadris é essencial ao capoeirista, e Mestre Bimba exigia, como segundo teste, que o aluno fizesse uma lenta cocorinha; quem não conseguisse ia para casa treinar cocorinha!
Apesar de não absolutamente necessário para a capoeira, é altamente recomendável que se tenha uma espinha flexível. Isto permitirá saídas com esquivas, entradas de rasteiras de chão, macacos, pontes, S dobrado, quipes, fliques e até saltos mortais. Mas a obtenção da flexibilidade da espinha deve ser feita com muito cuidado.
A flexibilidade da espinha era o 3º teste de Bimba, em que ele ajudava o candidato a aluno a descer numa ponte, aparando-o com as mãos nas costas.
FLEXIONAMENTO
O flexionamento difere do alongamento, porque une força e amplitude articular no seu limite máximo e, se realizado com freqüência, torna-se crônico (provoca adaptações musculares e articulares duradouras).
FORÇA E POTÊNCIA MUSCULAR
Por força entende-se a capacidade de deslocar uma massa, e para o capoeirista, sua força é orientada a deslocar seu próprio corpo. Para os movimentos de chão, é necessário ter bons tríceps os quais são obtidos por exercícios como flexões de braço.
Por potência entende-se a realização de um trabalho na unidade de tempo, ou seja, o deslocamento de uma massa num intervalo de tempo. Para uma mesma massa, quanto maior a velocidade usada, maior a potência utilizada. O termo explosão muscular está associado apenas à velocidade sem, necessariamente, uma massa grande estar sendo deslocada. O capoeirista precisa de potência muscular e capacidade de impacto.
RESISTÊNCIA NO DESEMPENHO
Resistência no desempenho refere-se à capacidade de manter um alto nível de atividade por um tempo razoavelmente longo. Um corredor de 100m tem um alto desempenho por 10 segundos, enquanto um maratonista tem outro nível de atividade por um tempo muito maior. Um alpinista tem um outro tipo de atividade (que é intensa) por um período ainda maior.
Na capoeira, seu desempenho, em termos de resistência, é medido pelo tempo em que você consegue jogar na roda sem ocorrer decaimento do seu jogo. Grandes capoeiristas jogam horas, intercalando jogos de 2 a 5 minutos com intervalos iguais de descanso. Um bom nível de desempenho é jogar 10 jogos de cerca de 2 minutos cada um em cada roda que se participar. Jogos de Angola podem ser considerados “alpinismo”, jogos de Iúna “maratonas” e jogos de Regional como “100 metros”.
TÉCNICA E FLUÊNCIA
O desenvolvimento técnico é lento e não se deve procurar cortar-caminhos, porque eles não existem. Tudo que vem rápido vai embora rápido; Apenas o que é conquistado com esforço é duradouro.
A técnica é conquistada praticando-se os movimentos básicos de modo lento, cadenciado e repetitivo, de modo que o corpo possa ir entendendo os caminhos a percorrer. Quando se pratica um movimento muitas vezes e de modo lento, se percebe todas as nuances e possibilidades. A afobação camufla a magia da precisão e a beleza da limpidez técnica.
Para auxiliar o desenvolvimento técnico, são ensinadas diversas seqüências, nas quais se encontram todas as principais formas de ataque e defesa da capoeira. Essas seqüências têm origem no método de Bimba, e algumas delas são praticamente iguais às criadas por ele.
A fluência é a característica do bom capoeirista, daquele que improvisa e cria continuamente situações interessantes. Fluência adquire-se treinando seqüências de 2 golpes, depois de 3 golpes, de 4 golpes, etc. Quando um ataque se inicia, não deve parar até que se tenha desequilibrado o adversário ou este tenha iniciado um contra-ataque. Observar aqueles capoeiristas que têm esta qualidade deve ser um dos objetivos fundamentais na roda.
VELOCIDADE
A partir da execução correta dos movimentos, o corpo começa a “aprender”, e a velocidade surge sem esforço.
A velocidade só é eficiente quando os golpes são dados “dentro”, pois golpes distantes revelam o medo de quem ataca. Todavia, golpes como meia-lua de compasso muito rápidos devem ser dados a uma certa distância do companheiro, porque, se encaixarem, o traumatismo pode ser seríssimo.
O bom capoeirista “ganha na manha” em vez de metralhar golpes de qualquer jeito.
MALÍCIA E MANDINGA
Malícia e malandragem vêm lentamente com o tempo de roda.
A malandragem vem com cada um, mas todos podem aprender. Ela é a essência da capoeira, e os velhos mestres já diziam: “Capoeira é malandragem!”
As rodas de grupo são para isso mesmo, para se poder jogar com alunos de outras turmas e com malandragens diferentes. Quanto mais você jogar com capoeiristas melhores do que você, mais depressa você aprende a mandinga.
A RODA NOSSA DE CADA DIA
A roda nossa de cada dia é um treino excelente de malandragem. Veja como você cumprimenta, como você se posiciona nas conversas, como se atravessa a rua, como se abaixa para pegar um objeto, etc.
O capoeirista faz isso de modo peculiar, ele faz tudo meio “diz que vai, mas não vai”. Crie pequenas seqüências para enganar seus adversários. Sua malícia de roda vai aumentar.
Todavia, apesar de, em tese, ser bom, não entre em qualquer roda de rua. Hoje em dia, há muita briga, confusão e pancadaria. A A.C.F.A. não permite que você participe de rodas que ela não recomendar. Brigador de rua não é bem visto na A.C.F.A.
O início e o encerramento das aulas é feito com a saudação típica da A.C.F.A.
Na A.C.F.A., só se entra no jogo isoladamente com autorização do graduado responsável pela roda.
OS DIVERSOS ESTILOS DE JOGO NA A.C.F.A.
“O capoeirista tem de ser calmo, eficiente e elegante.”
- Mestre Pastinha -
Na A.C.F.A., existem dois tipos de rodas, as de instrução e as místicas.
As rodas de final de aula são as RODAS DE INSTRUÇÃO, onde todos os alunos devem procurar jogar o mais que puderem. Os ritmos tocados são: Regional (andamento rápido) e Angola (andamento mais lento). Nessas rodas, os alunos estão autorizados a tocar berimbau, pandeiro e atabaque, mesmo que o façam de modo não perfeito (com exceção das rodas de grupo). Isso porque é só tocando que se aprende.
As rodas místicas são as RODAS DO CORAÇÃO, onde a pele arrepia, se procura jogar com alma, se enfrenta o maior número possível de adversários desconhecidos e se procura conservar as tradições mais profundas.
Nas rodas místicas, só podem tocar aqueles que tiverem uma proficiência mínima nos instrumentos, e, além disso, os instrumentos indicados são os seguintes: no ritmo de Angola, que abre a roda, apenas berimbaus e palmas; o canto é chorado. A pulsação é lenta, e o jogo com muita expressão corporal, mandinga e enganação.
Essas rodas têm regras próprias, que são as seguintes:
RODA DOS VELHOS MESTRES
Nas sextas-feiras, dias pares do mês, tem-se a roda dos velhos mestres, onde só pode participar do jogo quem estiver com seu próprio chapéu, lenço e calçado.
Essa roda homenageia os mestres antigos, já grisalhos e veteranos, e os capoeiristas que jogavam de sapato e vestidos com terno. Entende-se por “chapéu”, objetos tais como: cartola, chapéu de coco, chapéu panamá, chapéu pescador, boné de time esportivo, gorro de lã, etc. Por “calçado”, se entende bota, sandália, tênis, sapato de couro alemão, etc. Homenageia-se a navalha, cujo corte era sustado com a seda do lenço do pescoço. Homenageia-se, também, Bimba e seus lenços para cada estágio. Só poderão jogar, aqueles com seu próprio lenço no pescoço, que pode ser um lenço, um cachecol, uma gravata, etc.
RODAS DA SENZALA
Nas sextas feiras, dias ímpares do mês, tem-se a roda da senzala, onde se joga na penumbra e à luz de cinco velas de sete dias. Ela homenageia os batuques ao pé das fogueiras nas senzalas. As cinco velas têm a ver com o ritmo de Cinco Salomão, que era tocado muito antigamente, quando havia morte na roda e o capoeirista precisava escapar. Cinco Salomão é uma corruptela de Signo de Salomão (estrela de Davi) e que tem significado mágico desde os textos bíblicos.
RODAS DAS PEDRAS NO CAMINHO
Quando há uma quinta sexta-feira no mês, tem-se a roda das pedras do cominho, na qual o jogo ocorre com alguns tijolos ou pedras espalhados pela roda. É preciso cuidado nessa roda, como é preciso cuidado na vida que se leva. Pastinha dizia que “capoeira é tudo o que a boca come”, portanto, é preciso saber por onde se anda.
Essa roda homenageia a capoeira de rua, jogada em qualquer lugar e situação. Homenageia, também, o passado difícil e o futuro incerto.
JOGO DE IÚNA
Roda de exibição somente para alunos a partir de graduados. O ritmo é composto apenas por berimbau e pandeiro e esse toque toque também é usado quando morre um capoeirista.
JOGO DE APANHA LARANJA NO CHÃO TICO-TICO
Esse jogo teve sua origem na Bahia, em rodas de apresentações, nas quais eram feitas apostas. Essas eram depositadas no centro da roda, e os capoeiristas procuravam, durante o jogo, apanhar o dinheiro somente com a boca.
RODA DE REGIONAL
Pela tradição, eram usados, por Mestre Bimba, dois pandeiros e um berimbau, mas, devido à evolução da capoeira, foi adotado também pela A.C.F.A., a seguinte formação: três berimbaus, dois pandeiros e um atabaque.
Este é um jogo de movimentos rápido de característica marcial mais voltado para mostrar a eficiência da capoeira como luta.
RODA DE BENGUELA
Sob o toque de benguela que faz parte dos toques tradicionais da capoeira regional, e este é um jogo mais rasteiro e malicioso porem sem perder as características da capoeira regional.
RODA DE FLOREIO (ACROBACIAS)
Sob o toque de regional, um capoeirista deverá entrar na roda de cada vez, com a finalidade de mostrar seu potencial acrobático.
RODA DE CAPOEIRA ANGOLA
Pela tradição, eram usados, por Mestre Pastinha trez berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um reco-reco e um agogô e sob os toques tradicionais da capoeira angola.
Este jogo é desenvolvido de forma mais rasteira, teatral e malicioso “madingado” como se diz na linguagem da capoeira.
O SAMBA DE RODA
É onde as mulheres da roda começam a sambar e mostrar, de forma sutil, toda sua sensualidade, o que é muito convidativo para que os capoeiristas "caiam" no samba. Geralmente é usado após o encerramento das rodas de capoeira e com certeza, é o momento mais descontraído. Na Bahia se faz samba de roda em muitos lugares e em muitas ocasiões, porém, muito animadas e comentadas aquelas que acontecem nas festas de largo de Salvador.
O MACULELÊ
O maculelê é um tipo de dança com dois bastões de madeira chamados de “grimas” a onde dois dançarinos se movimentam batendo uma grima na outra e executam passos semelhantes com os do frevo.
Hoje em dia o maculelê é praticado nas rodas de capoeira, mas a sua origem é africana e tornou-se conhecido nos folguedos (festas) de Santo Amaro da Purificação no recôncavo Baiano.
Os instrumentos usados são: atabaque e agogô para dar o ritmo, as grimas são usadas para marcar a cadência, e alguns grupos em apresentações usam facões em vez das grimas.
AS VIGÍLIAS
Vigília é uma reunião mística ao redor de uma fogueira, onde se discute um tema central e também assuntos diversos, com a finalidade de integrar o grupo.
Isto é uma das atividades do escotismo que nosso grupo incorporou a capoeira.
A PUXADA DE REDE
O ritual "Puxada de Rede", executado artisticamente por diversos grupos de capoeira do Brasil, retrata e sintetiza a pesca com rede, do peixe conhecido como xaréu (peixe de carne escurecida abundante nas costas do Nordeste Brasileiro). Trata-se de um episódio de trabalho árduo, de canseira, mas, como todo trabalho dos negros baianos, é temperado com muita poesia, religiosidade, música e festa. Todos os anos, a puxada de rede se repete com os mesmos cerimoniais, com os mesmos rituais dos tempos de outrora. Uma tradição que não morre, mesmo porque dela depende a subsistência de centenas de famílias. Força, poder e vitalidade de corpos vão se mostrando com toda pujança no trabalho árduo da pescaria No entanto, o mesmo é embalado pelo canto, às vezes alegre, às vezes triste. Ritual também embalado pelas batidas dos atabaques, pelos corpos que, como num bailado, movimentam-se sincronicamente, realizando mais uma tarefa gratificante que mistura sacrifício, festa e prazer.
OUTROS TIPOS DE JOGOS QUE NÃO SÃO MUITO PRATICADOS.
AMAZONAS
Este toque é para um jogo somente entre mulheres caracteritíco da capoeira regional.
CAVALARIA
Este toque foi muito usado na época em que a capoeira era proibida, quando a policia chegava perto montada em seus cavalos o tocador do berimbau rapidamente tocava este toque que avisava para todos os capoeiristas da roda, elogo mudava-se para o toque de samba de roda e rapidamente todos começavam a sambar, assim confundindo a policia.”este era simplesmente um toque de aviso e não era jogado”.
SANTA MARIA
Este toque era usado em duelos de capoeirista que lutavam com a navalha “um tipi de canivete o qual tem uma lamina muito afiada”.
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HITÓRIAS E LENDAS
“Capoeira: uma curva em movimento?”
Muitas são as histórias de capoeira e, por ora, vamos apenas resumir as biografias dos dois patronos da capoeira, mestre Bimba e mestre Pastinha.
MESTRE PASTINHA
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 5 de abril de 1889, em Salvador, tendo aprendido capoeira com um negro de Angola chamado Benedito. Até o final de sua vida, manteve o estilo tradicional de capoeira Angola, sendo, portanto, o patrono deste estilo de jogo.
Pastinha era dotado de uma resistência física inigualável, pois, até os 70 anos, disputava com qualquer um e não perdia.
Em 1966, foi como convidado à África, integrando a delegação brasileira no festival de Artes Negras de Dakar e, como ele mesmo dizia, “Pastinha já foi à África”.
Pastinha morreu em 13 de novembro de 1981, com 92 anos; uma sexta-feira triste para o Brasil.
MESTRE BIMBA
Em 23 de novembro de 1899, nascia Manoel dos Reis Machado, filho caçula de Luís Cândido Machado e de Maria Martinha do Bonfim. O parto ocorreu no bairro do Engenho Velho, freguesia de Brotas, cidade de São Salvador, Bahia.
O pai, Luís Cândido, era caboclo de Feira de Santana e era conhecido nas festas de largo como grande batuqueiro e campeão de batuque (“luta braba, com quedas, na qual o sujeito jogava o outro no chão”).
A mãe, Maria Martinha, era crioula de Cachoeira, e tinha feito uma aposta com a parteira que “aparou” o bebê. Ela dizia que seria uma menina, e a parteira dizia que seria um menino. Maria Martinha perdeu, e Manoel dos Reis recebeu o apelido de Bimba, o qual o acompanharia por toda a vida. Bimba, na Bahia, é uma denominação popular do órgão sexual masculino de crianças.
Bimba começou na capoeira com 12 anos na Estrada da Boiada, hoje bairro da Liberdade, e seu professor foi o africano Bentinho, capitão da Cia. de Navegação Baiana. Nesta época, a capoeira ainda era bem perseguida, sendo coisa de malandros, carroceiros, trapicheiros e estivadores. Bimba foi um pouco de tudo, e, além de estivador, praticava e ensinava a capoeira Angola.
A certa altura Bimba começou a sentir que:
1. A capoeira Angola tinha um número limitado de golpes e deixava muito a desejar em termos de luta;
2. O aprendizado da capoeira Angola era feito sem nenhuma “metodologia de ensino”, simplesmente jogava-se; era “aprender de oitiva”, como dizia o velho mestre;
3. A capoeira Angola estava se degenerando, servindo de prato do dia para pseudo-capoeiristas, que a usavam unicamente para exibições em praças. Bimba, entretanto, não tinha nada contra os verdadeiros angoleiros como Totonho de Maré, Traíra, Cosme, Cabo, Daniel Noronha, etc. Estes continuavam seus amigos.
Bimba, que era exímio angoleiro e íntimo dos golpes desequilibrantes do batuque (devido a seu pai), criou uma luta baiana, à qual deu nome de Capoeira Regional (talvez querendo se referir à sua região). Mas sua maior contribuição não foi mesclar seus conhecimentos de várias lutas e, sim, (mesmo com seu pequeno grau de instrução) criar o primeiro método de ensino para a capoeira.
O grande mérito que caracterizava a capoeira Regional era sua “Seqüência de Ensino”, pois permitia um aprendizado mais racional e num espaço menor de tempo. As seqüências da A.C.F.A. têm origem nas seqüências de Bimba.
Depois de bastante familiarizado com seu novo método (a capoeira regional), Bimba começou a testá-lo nas “rodas estranhas”. Ele chegava, entrava e, com galopantes, vingativas, bandas traçadas, etc., provocava a debandada de capoeiristas que se diziam angoleiros. Chegou um ponto que, quando ele chegava com seus alunos, a roda se acabava.
Bimba começou a sentir que certos angoleiros, enciumados, queriam marginalizá-lo e à sua regional, e “fechou sua luta”. Ele não perdoava os fracos que o criticavam e dizia que eles nunca quiseram enfrentá-lo na roda e testar seu método.
Ele abriu a primeira Escola de Capoeira Regional na Roça do Lobo, na rua Bananal nº 4, bairro do Tororó. Este nome, Tororó, está marcado inclusive pela música de capoeira cuja primeira e mais conhecida estrofe diz:
“Eu fui ao Tororó
Beber água e não achei.
Achei bela morena
Que no Tororó deixei.”
Mais tarde, sua escola mudaria para o Terreiro de Jesus, na rua do Maciel nº 1/ térreo. Depois de alguns anos, passou para o 1º andar no mesmo local.
Até cerca de 1927, a capoeira continuava ilegal, e Bimba conseguia dar aula mediante o seguinte expediente: “juntava alguns tostões tirados em vaquinha”, e pagava ao delegado para dar aula por apenas 1 hora. No fim do prazo, o delegado aparecia com os soldados, e o pessoal se mandava, correndo para valer, para parecer verdade para o povo que assistia.
Em 1936, Bimba desafia qualquer lutador, de qualquer luta para enfrentá-lo com sua Regional. O local das lutas era o Parque Odeon na Praça da Sé, tendo sido realizadas quatro lutas contra Vitor Benedito Lopes, Henrique Bahia, José Custódio dos Santos e Américo Ciência. A luta que durou mais tempo foi de 1 minuto e 10 segundos, confirmando o apelido que Bimba tinha no bairro: “Três Pancadas”. Este era o número máximo que os adversários agüentavam. As manchetes de jornal eram do tipo: “Bimba é bamba!!” ( “O Estado da Bahia”).
Em 1937, Bimba consegue registrar sua Escola de Capoeira na Secretaria da Educação, Saúde e Assistência Pública, sob o número 305/1937/AP/NCL.
Em 23 de julho de 1953, ao fazer uma apresentação para o presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Planalto, ouviu deste o seguinte comentário: “A capoeira é o único esporte genuinamente nacional”. Foi o primeiro capoeirista a ser recebido no Palácio e exibir-se para um presidente.
Em 1971, veio a São Paulo a convite de Mestre Onça, sendo homenageado por vários mestres locais e dando um curso de fim de semana em que participaram os então alunos Xavier, Gladson, Assanhaço, Marilton, etc.
Bimba morreu em 5 de fevereiro de 1974, um domingo, um ano depois de ter se mudado da Bahia para Goiânia. Até o sábado anterior, mesmo adoentado, fez uma apresentação no Clube dos Funcionários Públicos e dava aulas na academia de Hugo Nakamura. Em sua homenagem, as academias baianas pararam e ficaram de luto por sete dias.
Após uma briga, enquanto procurado pelas “forças policiais”, “passava a noite numa jaqueira, amarrado em um galho para não cair durante o sono”.
Bimba foi, como ele mesmo dizia, quem “tirou a capoeira debaixo do pé do boi”.
ORIGENS DA CAPOEIRA
CAPOEIRA: (do tupi guarani caá + pueira, significa mato ralo, mata virgem; o mesmo que capoeiragem; como substantivo masculino significa, aquele que pratica a capoeiragem, vadio, turbulento, indivíduo esperto ou manhoso - conforme nossos dicionários).
Nascida da ânsia de liberdade dos negros escravizados, a capoeira tem suas origens na cultura africana, mas seu nascedouro no Brasil. Com movimentos de ataque e defesa, baseados, na sua grande maioria, nos animais (como por exemplo: a chapa, o rabo de arraia, a cabeçada, etc.), a capoeira passou pela clandestinidade até ser reconhecida como esporte/luta e praticada livremente nas mais diversas academias do nosso e de outros países, “hoje já é praticada em mais de 85 países com o propósito de tornar-se esporte olímpico”.
No Rio de Janeiro, nos tempos do Império e no início da República, os capoeiristas refletiam a insatisfação das camadas mais pobres e sacrificadas da população, os quais, na sua maioria, eram ex-escravos, escravos foragidos e cidadãos livres que ocupavam funções subalternas e estavam freqüentemente confrontando-se com a polícia, reunindo-se em bandos, chamados de “maltas”.Em razão da marginália que integrava as diversas maltas de capoeiristas, estes foram enviados para a Guerra do Paraguai, utilizados na linha de frente, a fim de evitar a morte de nossos soldados, pois colocava em primeiro plano, para confronto e aniquilação, se necessário, os capoeiristas.
Muitos foram os capoeiristas que se destacaram por suas façanhas, como por exemplo: Manduca da Praia – líder da malta dos Guaiamuns e comerciante respeitado, que se notabilizou por duelar e vencer o deputado português Sant’Anna Vasconcellos, tido como valente e brigão. Até hoje Manduca da Praia é lembrado com chulas (cantos) nas rodas de capoeira: "No Rio de Janeiro, se minha memória não falha, o melhor capoeira foi Manduca da Praia”.
Ciríaco também é outro mito. Foi idolatrado e carregado pela multidão após derrotar um japonês campeão de jiu-jitsu. Distanciando-se das regras tradicionais da saudação que antecipa os combates, Ciríaco surpreendeu Sado Miako no momento no qual saudava-o, cuspindo-lhe nos olhos e aproveitando-se da cegueira momentânea do oriental, partiu para o ataque, nocauteando-o com um violento “rabo-de-arraia”.
Zumbi, o verdadeiro rei-escravo que libertou toda uma raça, foi caçado e assassinado como um bandido qualquer pelos brancos “donos de tudo” e, conforme a história, nascido no Quilombo de Palmares e capturado quando criança (1655) pela expedição de Brás de Rocha Cardoso, foi entregue ao padre Antônio Melo, sendo batizado com o nome de “Francisco”. Apesar da escassez de documentos, teria aprendido a ler e chegou a ser coroinha, bem como teria aprendido o português e o latim.
Conforme registros da Casa de Detenção do Rio de Janeiro, pelo menos 110 capoeiristas foram presos entre 15 de novembro de 1889 e 13 de janeiro de 1890. Por essa razão, as rodas de capoeira saíram de cena, reaparecendo em 1904 e na Revolta da Chibata (1910), mas já não faziam mais parte do cotidiano das ruas da cidade.
Alguém um dia manifestou-se assim a respeito do berimbau e da capoeira:
“O berimbau dita o jogo que hoje é luta musicada. Capoeira é luta de bailarinos, é dança de gladiadores, duelo de camaradas. É jogo, é bailado, é disputa, simbiose perfeita de força e ritmo, poesia e agilidade.”
Mestre Pastinha também homenageou a nossa capoeira, com a seguinte frase, a qual demonstra, também, seu grande amor pela arte:
“Só os pássaros não invejam os capoeiristas porque eles também voam.”
Jorge Amado, também em um belíssimo momento de inspiração, em seu livro “Bahia de Todos os Santos”, assim disse:
“Mas ah! Que nunca vos aconteça uma briga com um desses capoeiristas, porque, por mais forte que sejais, eu não apostarei em vós e tão certo estou que um minuto depois estareis estirado no chão à disposição da navalha brilhante.”
A ESCRAVIDÃO
No século XVII, a escravidão era um fato comum. Considerava-se normal escravizar prisioneiros de guerra em diversos países da Europa e do mundo.
A preferência pelo aprisionamento de negros trazidos da África deu-se em razão destes adaptarem-se melhor aos serviços braçais, diversamente dos índios, os quais, na sua grande maioria, morriam pouco tempo após serem aprisionados.
Os escravos eram vendidos como mercadorias comuns, em leilões, submetendo-se a exames minuciosos dos “senhores de engenho”, os quais apalpavam os músculos das “mercadorias” pretendidas, examinavam seus dentes, etc.
Terminado o leilão, os fazendeiros voltavam para os engenhos levando os novos escravos, todos com as mãos amarradas e aprisionava-os na senzala (série de barrac ões com uma porta e sem janelas, possuindo apenas pequenos respiradouros).A fim de evitar ou dificultar o contato entre os negros-escravos, os “senhores” optavam pela aquisição de escravos de origens e dialetos diferentes, pois, em razão do grande número de escravos existentes, uma rebelião podia ser altamente perigosa, apesar da vida curta dos escravos, face aos tratamentos desumanos por eles sofridos.
Desnecessário se torna mencionar como era o tratamento dispensado aos escravos, pois é sabido que nenhuma mordomia por eles poderia ser esperada. Ao contrário, a eles somente eram impostas obrigações e o açoite, cuja chibata lhes cortava a carne freqüentemente, além do trabalho incessante e degradante, que somente acabava quando o escravo morria.
O castigo mais comum para aqueles que cometiam ou fossem acusados de preguiça era a chibatada, que lhes cortava a carne e recebia como remédio o sal, a fim de prolongar a dor e fazer com que o escravo nunca mais esquecesse o castigo que lhe fora imposto.
Os escravos tinham três escolhas: a maior parte deles aceitava o destino brutal e trabalhava entre sete e dez anos, até perder a saúde e a força. Aqueles que procuravam cair nas graças do senhor eram escolhidos como feitores (perseguidores de escravos). Os demais trabalhavam até conseguir escapar da vigilância dos capatazes e fugir para a mata. Os que fugiam e eram capturados nas “entradas” (expedições organizadas pelos fazendeiros para buscarem seus escravos fujões), eram levados de volta ao engenho e, além das chicotadas costumeiras, recebiam uma canga no pescoço ou ficavam presos a troncos de madeira, imobilizados. Aqueles que obtinham êxito em suas fugas dirigiam-se para os quilombos (local onde se escondiam), dos quais o mais conhecido foi o de Palmares.
A abolição da escravatura no Brasil ocorreu oficialmente em 13 de maio de 1888, através da assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, a qual, conforme a história do Brasil pregada em nossas escolas, seria a verdadeira salvadora da raça negra. Porém, ao contrário disso, o que realmente aconteceu foi que sua atitude foi meramente política, lançando os negros, até então escravos, na marginalidade, pois tal “libertação” ocorreu sem qualquer cuidado ou prévia proteção com a situação pós-assinatura da Lei Áurea, em relação àqueles negros-escravos.
O QUILOMBO DOS PALMARES
A história verdadeira nos mostra que, já em 1597 começou a surgir o chamado Quilombo dos Palmares, perdurando até 1695. Ele surgiu nos estados de Alagoas e Pernambuco, entre os rios Ipojuca e Paraíba, numa região de difícil acesso e estrategicamente escolhida para o refúgio dos escravos fugitivos, índios e até brancos pobres (os quais também eram perseguidos e discriminados pela sociedade da época). Essa dificuldade de acesso possibilitou a sua sobrevivência por quase cem anos.
Palmares cresceu sem parar, e suas lavouras e mocambos atingiram quase todo o Estado de Alagoas, além de parte de Pernambuco e Sergipe.
A aldeia (ou mocambo) mais conhecida de todas aquelas instaladas no Quilombo dos Palmares, localizava-se na Serra da Barriga, era considerada como capital e chamada de “Macaco”, sendo que, como as demais, tinha o seu chefe, os quais (chefes dos diversos mocambos) reuniam-se para a eleição de seu rei.
A princesa Aqualtune, que também havia sido escravizada, posteriormente fugiu para Palmares, onde teve dois de seus filhos homens como chefes dos mocambos mais importantes, Ganga-zumba e Gana-zona.
Entre as filhas de Aqualtune, uma deu a luz a um menino, para o qual os negros pediam proteção, cantavam e rezavam muito aos deuses, a fim de que permitissem que ele crescesse bravo e forte. Para sensibilizar o deus da guerra, deram ao menino o nome de Zumbi, o qual reinou como um rei, e, quando de sua morte, os negros o aclamavam dizendo: “Zumbi, Zumbi, oia Zumbi”.
Apesar de ter sido capturado quando criança e entregue ao padre Antônio Melo, convivendo com os brancos e não aceitando a escravidão, fugiu e retornou ao seu nascedouro, Palmares. Lá reinou a partir de 1680 até o dia 20 de novembro de 1695, quando foi traído por um companheiro, emboscado e morto em combate, tendo sua cabeça arrancada de seu corpo e espetada em praça pública, no Recife, virando lenda pela sua bravura.
Existem outras hipóteses para a morte de Zumbi, são elas:
· Zumbi teria cometido suicídio, atirando-se de um penhasco para não ser pego;
· Zumbi teria simulado um suicídio, atirando-se em um penhasco. Escondeu-se, na verdade, em uma caverna que ficava camuflada abaixo do penhasco, sumindo, desta forma, para não ver o fim de Palmares.
A união dos diversos mocambos para a defesa do Quilombo era imprescindível para a sua sobrevivência, independentemente de eventuais divergências de pensamentos entre seus líderes e/ou chefes.
Em razão da miscigenação de raças existentes nos diversos mocambos, era comum a prática de ritos africanos e do catolicismo, bem como a fabricação de armas para a defesa contra os ataques dos seus inimigos, em especial os holandeses e portugueses.
O primeiro grande teste para Palmares aconteceu em 1644, quando os holandeses, que já dominavam Pernambuco, queriam conhecer o Quilombo de Palmares para saber quem eram os homens que lá viviam e, assim, conseguir a sua destruição. Primeiro, enviaram Bartolomeu Lins para lá, como espião, a fim de obter as informações necessárias para a vitória pretendida. O passo seguinte coube a Rodolfo Baro, o qual, no comando de uma tropa holandesa, partiu para a destruição do Quilombo de Palmares, subestimando os quilombolas, que os obrigaram a bater retirada.
Da segunda vez, foram mais cuidadosos, organizando uma grande expedição sob o comando de João Blaer. A batalha travada durou três meses, e os holandeses chegaram à conclusão que Palmares tinha uma área muito superior àquela que acreditavam existir, e que a resistência dos quilombolas era muito maior da prevista por eles, tendo como única vitória a destruição de um pequeno e inexpressivo mocambo. Foram enfim convencidos, os holandeses, que, para a destruição definitiva de Palmares, seriam necessários um grande esforço e um grande exército de homens dispostos realmente a lutar e, se necessário, morrer pela causa, da mesma forma que seus inimigos (os escravos fujões).
Em represália às diversas e constantes fugas de escravos para Palmares, a partir de 1670 foram intensificadas as perseguições e expedições a este lugar. Na maioria das vezes, os perseguidores eram recebidos pelos quilombolas com brilhantes, violentas, sangrentas e exitosas emboscadas, as quais eram facilitadas pela intensidade das matas lá existentes. Essas derrotas obrigaram as autoridades pernambucanas a propor conciliação e, em 1678, através do então governador de Pernambuco, Pedro de Almeida, oferecer ao rei Ganga-zumba, a liberdade para os negros nascidos em Palmares, o que excluía do acordo os escravos fugitivos nascidos em outro local.
O rei Ganga-zumba aceitou o acordo, mas o chefe Zumbi não concordou com tal exclusão, entendendo que a paz deveria incluir também aqueles não nascidos na serra. Apesar de Zumbi ter nascido em Palmares, e, segundo alguns pesquisadores, em decorrência de tal divergência entre o rei Ganga-zumba e ele, Zumbi o teria envenenado ou mandado envenená-lo em 1680, assumindo o reinado do Quilombo de Palmares, havendo divergências sobre tal afirmação.
Domingos Jorge Velho, um dos mais famosos “Capitães do Mato” (caçadores de índios e escravos), foi chamado de São Paulo para Pernambuco com a missão de destruir Palmares, obtendo êxito na missão que lhe fora confiada.
A “verdadeira” história de Palmares é sempre recebida com restrições, pois a mesma foi escrita pelos brancos dominantes e, obviamente, pode trazer-nos parcialidade intencional, a fim de glorificar a conquista sobre aqueles que viviam na clandestinidade e sob a perseguição da classe dominadora da época. Sem qualquer sombra de dúvidas, a grande maioria dos perseguidos (negros, índios e brancos pobres) era analfabeta, e os raros documentos por eles deixados foram destruídos a fim de esconder-se a verdadeira história de Palmares, assim como ocorreu com a capoeira.
O antigo mocambo de Macaco, a velha capital de Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, foi tombado em 1985 como patrimônio histórico.
ZUMBI DOS PALMARES
TERMINOLOGIA
Existe muita controvérsia sobre as origens da capoeira e o que ela realmente é. As várias versões ditas “corretas” expressam apenas uma parte da verdade e representam apenas aquilo que o autor conhece, ou seja, só uma face da moeda. No caso capoeira, temos mais de duas faces e seria melhor usar a expressão: faces de um cubo!!
O jogo dito de angola tem origem na dança africana de N’golo, típica da festa de Efundula do sul de Angola, quando as meninas deixam a puberdade e tornam-se mulheres. O rapaz vencedor deste jogo-luta tem direito a escolher a sua esposa.
Esse jogo-luta se manteve na Bahia através de velhos capoeiristas como Bilusca, Noronha, Tiburcinho, Maré, Aberrê, Pastinha e outros. Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) é reconhecido como o grande patrono deste tipo de jogo, hoje conhecido como capoeira angola, mas que não é mais idêntico ao original africano devido à evolução natural de movimentos, música e instrumentos ocorrida no Brasil.
No Rio de Janeiro, os escravos que vinham ao Mercado da Rua Dom Manuel, traziam as galinhas em cestos chamados cestos de angola e, enquanto esperavam a hora do retorno, ficavam jogando na frente do mercado. Este jogo ficou conhecido como jogo de Angola e espalhou-se pelo Rio de Janeiro. No ocaso do Império, os praticantes de movimentos deste jogo provocavam grandes brigas de rua, enfrentavam a polícia e eram conhecidos como capoeiristas. Foi então proibida a prática de capoeira no Brasil, e quem fosse flagrado praticando-a era deportado. Uma crise no Governo Provisório foi causada quando se prendeu Juca Reis, grande capoeirista e nobre, pois era irmão do Conde de Matosinhos. No final, ele foi para o degredo e o Conde abandonou o Brasil.
Portanto, o tradicional jogo de angola, influenciado na Bahia e no Rio de Janeiro pelas características locais, deu origem às maltas de briga de rua e formou a base do que hoje se pratica com a denominação de Capoeira Angola.
Essa forma foi também influenciada por outra ramificação histórica devido a Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado). Bimba era angoleiro, e seu pai era exímio praticante de Batuque, jogo-luta violento, na origem, associado a folguedos nas senzalas e jogado ao som de atabaques.
O batuque envolvia cabeçadas, joelhadas e movimentos desequilibrantes violentos. Bimba, achando que a capoeira angola tinha movimentos restritos para ser uma luta eficiente, misturou capoeira angola, batuque e mais alguns movimentos observados em outras lutas e criou a Luta Regional Baiana, uma forma de luta tipicamente baiana. Além disso, criou a primeira metodologia de ensino através de seqüências de aprendizado, que hoje têm versões diferentes nas diversas academias e grupos.
A rivalidade cresceu entre angoleiros e regionais, mas o fato era que os grandes capoeiristas das épocas de 50, 60 e 70 praticavam um estilo, mas copiavam as coisas boas do outro. Por exemplo: Acordeon, Camisa Roxa, Saci, Itapoã, etc., que eram da Escola de Bimba, sempre praticaram também com angoleiros e tinham grandes amigos angoleiros. O próprio Bimba sempre manteve fiéis amigos angoleiros de seu tempo de Capoeira Angola. Ou seja, os estilos se influenciaram mutuamente.
Com o tempo, a capoeira angola também absorveu movimentos mais modernos, de modo que hoje, quando se joga capoeira mais rápida, mais em pé, com movimentos mais soltos, se diz estar jogado capoeira regional. Quando se joga capoeira de um modo mais lento, mais dentro do adversário, mais próximo do chão, se diz estar jogando capoeira angola.
Todavia, a diferença entre elas parece estar associada a um gestual próprio: na regional procura-se a minimização de movimentos sem objetivos diretos, ou seja, procuram-se ataques diretos, simples e eficientes. Já na angola, se procura, via movimentos imprevistos e não usuais, tornar o adversário desatento. Portanto existe uma riqueza gestual incomum e de grande caráter mímico.
Alguns querem reavivar a rixa entre capoeira angola e regional, mas hoje isso parece sem sentido, porque se praticam golpes muito parecidos e, na maioria das academias, se pode ver, tanto capoeiristas com estilos mais para angola, como mais para regional.
Enfim a capoeira é dinâmica e, daqui há 200 anos, é impossível prever quais os movimentos que serão os mais populares. O samba do início do século era dançado como uma mistura de maxixe, polca, lundu e até tango, e hoje as passistas das escolas de samba e a gafieira têm características muito próprias. Também hoje, a roda de capoeira é comandada pelo berimbau, pelo pandeiro de samba e pelo atabaque, mas nem sempre foi assim. Em figuras de artistas famosos como Rugendas e Debret, às vezes, se tem tocador de berimbau sem roda e, às vezes, roda sem berimbau. Todavia hoje é impossível imaginar capoeira sem o berimbau de barriga (existe o berimbau de boca).
MÚSICA NA CAPOEIRA
A música se compõe de melodia, harmonia, ritmo e pulsação. A chamada “cozinha” refere-se aos instrumentos de percussão, e na capoeira inclui-se também as palmas. Portanto, nas rodas de capoeira, as palmas são parte importante da percussão, e alguns grupos incluem na percussão o agogô, o reco-reco e o agê.
INSTRUMENTOS DA CAPOEIRA
Berimbau
O berimbau é que cria o clima e dita o jogo que vai acontecer na roda. Dizem os velhos mestres:
"O berimbau ensina"
Os berimbaus criam uma corrente e uma vibração que, junto com as palmas, os cantos, o pandeiro e o atabaque, influenciam os jogadores.
Existem três tipos de berimbau:
Gunga, ou berra boi de som mais grosso, faz o papel de contrabaixo: marca o ritmo;
Berimbau médio, dobra em cima do ritmo básico do gunga: é como se fosse o violão, ou guitarra de ritmo;
Viola ou violinha, é o berimbau de som mais agudo; faz os "contratoques" e improvisos: equivaleria ao violão ou guitarra-solo.
Os outros 3 componentes: o dobrão, que é segurada contra o arame, uma pequena vareta para tocar o fio (baqueta), e o caxixi.
Também é conhecido por vários outros nomes como urucungo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, berimbau de barriga, gobo, marimbau, bucumbumba, gunga, macungo, matungo e rucumbo.
Em Cuba é chamado de sambi, pandigurao, gorokikamo e burumbumba.
Caxixi
são cestos entrelaçados enchidos com pequenas contas, conchas, pedras ou feijões.
Por serem feitos à mão eles existem em vários formatos e tamanhos, usado como chocalho pelo tocador de berimbau, o qual segura a peça com a mão direita, juntamente com a Baqueta, executando o toque e marcando o ritmo.
Baqueta
É uma vareta de madeira de, aproximadamente 30 a 40 centímetros, tendo uma extremidade mais grossa que a outra. A vareta é normalmente feita de biriba.
Dobrão
Usado para auxiliar as variações de toques do berimbau, geralmente é uma pedra, mas também ultilizam moeda.
O Berimbau de Boca
Também conhecido como "marimbau" ou "marimba", é um pequeno instrumento de metal arqueado em forma de diapasão sem cabo, que os escravos usavam preso aos dentes, com os quais faziam soar as pontas do metal. O formato de diapasão sem cabo é semelhante a u m grampo de cabelo, porém um pouco maior. A caixa de ressonância é a própria boca do tocador.Atualmente, o berimbau de boca não é mais usado, apesar de alguns mestres antigos, especialmente de Capoeira Angola ainda saberem tocá-lo. É uma peça raríssima, encontrada mais possivelmente em museus.
Pandeiro
Instrumento de percussão, de origem indiana que requer considerável técnica para ser tocado.
Pandeiros podem ter peles de couro ou de plástico. Eles existem em diferentes tamanhos, com os de 10 e 12 polegadas sendo os mais comuns. As peles de couro produzem uma qualidade de som melhor, mas apresentam problemas de afinação causados por alterações climáticas, logo as peles de plástico são mais encontradas. O pandeiro é segurado por uma das mãos, enquanto a ponta dos dedos, o polegar e a base da outra mão são usados para tocar a pele do lado de cima. Os tons abertos e fechados podem ser obtidos através do uso do polegar ou do dedo médio da mão que segura o instrumento. O polegar pode abafar a pele do lado de cima, o dedo médio pode abafar o lado de baixo.
Foi introduzido no Brasil pelos portugueses, que o usavam para acompanhar as procissões religiosas que faziam. É o som cadenciado do pandeiro que acompa nha o som do caxixi do berimbau, dando "molejo" ao som da roda. Ao tocador de pandeiro é permitido executar floreios e viradas para enfeitar a música.
Atabaque
Instrumento de origem árabe, que foi introduzido na África por mercadores que entravam no continente através dos países do norte, como o Egito. É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortada em ripas largas e presas umas às outrascom arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas "travas" que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado. É o atabaque que marca o ritmo das batidas do jogo. Juntamente com o pandeiro é ele que acompanha o solo do berimbau.
Reco-Reco
Instrumento de percussão composto, são feitos de bambu com sulcos cortados na parte de cima..
São tocados através do deslizamento de uma baqueta de madeira contra as sulcos. É usado em rodas de capoeira Angola.
Agogô
Instrumento de origem africana composto de um pequeno arco, uma alça de metal com um cone metálico em cada uma das pontas, estes cones são de tamanhos diferentes, portanto produzindo sons diferentes que também são produzidos com o auxílio de um ferrinho que é batido nos cones ou tambem feito com dois cocos de castanha de tamanhos diferente presos a uma madeira. Também faz parte da "BATERIA" da roda de capoeira Angola na Bahia.
OS RITMOS DAS PALMAS
Na A.C.F.A., os tipos de ritmo de palma e os toques de berimbau mais característicos para eles são: Angola, Regional e Samba de roda.
Os alunos devem aprendê-los e executá-los nas rodas.
O BALANÇO DO PANDEIRO
O pandeiro é um instrumento de origem moura e, na academia de Bimba, era quadrado, sem platinelas e tocado de modo seco. Era chamado de adufe. Atualmente, usa-se pandeiro de samba nas rodas de capoeira, mas o ritmo tocado não é o do samba, tendo-se um contratempo do samba de roda e um balanço seco que o destingue do samba carioca.
OS TOQUES NO ATABAQUE
LINHA ABERTA
Entende-se por linha aberta, os toques mais abertos, para cima, mais leves, onde a percussão de borda fixa a cadência.
LINHA FECHADA
Entende-se por linha fechada, os toques que têm cadência seca, pesada, contrita, para dentro. A cadência é fixada pelos toques no centro do couro.
TOQUES DE BERIMBAU
REGIONAL
Duas semipresas uma solta, uma semipresa e uma presa,
Duas sem presas, duas soltas e uma presa.
IUNA
Duas semipresas, trez semisoltas, duas semipresa, trez semisoltas, duas semipresas e sete semisoltas.
SAMBA DE RODA
Duas semipresas, uma solta, duas semipresas, uma solta, duas semipresa e cinco soltas.
ANGOLA
Duas semipresas, uma solta, uma presa e um espaço “com o caxixi”.
SÃO BENTO GRANDE
Duas semipresas, uma presa e duas soltas.
SÃO BENTO PEQUENO
Duas semipresas, uma presa, uma solta e um espaço “com o caxixi”.
BENGUELA
Duas semipresas uma solta, uma semipresa e uma presa.
Duas semipresas uma solta, uma presa, uma solta, uma presa.
APANHA LARANJA NO CHÃO TICO-TICO
Duas presas, quatro soltas,
Duas presas, trez soltas, uma presa,
Duas presas, quatro presas,
Duas presas, trez presas e uma solta.
AMAZONAS
Duas semipresas, duas soltas e uma presa.
Duas semipresas, uma solta, semipresa, uma presa.
Duas semipresas, trez soltas, uma presa, uma soltas, uma presa, duas solta,
Uma presa.
CAVALARIA
Duas semipresas, uma solta, duas semipresas, uma solta, duas semipresa, uma presa, uma solta.
IDALINA
Duas semipresas, duas soltas, uma presa, duas soltas, uma semipresa, uma presa.
SANTA MARIA
Duas semipresas uma presa, duas semipresas, uma presa, duas semipresas uma solta, uma presa, uma solta uma presa.
Duas semipresas, uma solta, trez soltas, trez soltas uma presa, uma solta uma presa.
CANTOS DE ENTRADA, CORRIDOS, CHULAS, QUADRAS E LADAINHAS
De modo didático, pode-se dividir as músicas cantadas na capoeira em dois grandes grupos: as ladainhas e os corridos.
No primeiro grupo (ladainhas e cantos de entrada), estão as músicas cantadas praticamente sem coro, onde o cantador tem opções como contar uma história, falar mal ou bem de alguém, relembrar tristezas, ou mesmo desafiar o oponente. Pode ser cantada pelo tocador de berimbau ou por um dos capoeiristas abaixados ao pé do berimbau. O canto deve ser ouvido em silêncio pela roda, e a emoção tem que arrepiar a pele para a roda pegar fogo. Em geral, apenas capoeiristas com um certo tempo de prática puxam ladainhas ou cantos de entrada.
No segundo grupo, temos as quadras, chulas e corridos, onde o cantador puxa frases pequenas e o coro (demais componentes da roda e o público) repete um bordão mais ou menos fixo, enquanto batem palmas. São versos pequenos, fáceis de guardar e que a maioria dos alunos aprende rapidamente. O bordão a ser repetido é muito fácil de guardar e, muitas vezes, o próprio puxador fala na primeira vez o bordão a ser cantado pelo coro. Alguns corridos têm como coro apenas uma frase curta enquanto outros têm um parágrafo inteiro.
CORRIDOS
Os corridos podem ser muito simples, com coro desde o início, ou podem ter uma pequena introdução antes do coro começar a responder. A lista dos corridos a seguir começa com os corridos mais simples para o aluno aprender a cantar.
Alguns corridos permitem adaptações pessoais, usando nomes de pessoas conhecidas do cantador. Esta é a parte do improviso, e, em alguns exemplos, pusemos uma pequena extensão envolvendo capoeiristas da A.C.F.A.
LADAINHAS
Durante uma ladainha, não há jogo de capoeira, apenas se ouve em silêncio o lamento de dor. Os capoeiristas só iniciam o jogo após o cantador dar o sinal, normalmente cantando algo como “Ieh, volta do mundo, camará”.
Cada capoeirista tem sua ladainha preferida, e novas estão sendo sempre criadas. Algumas, todavia, viraram “patrimônio” da capoeira, porque são muito expressivas e muito cantadas.
Quando uma frase da ladainha aparecer sublinhada é para o coro cantar junto com o puxador. Em geral, a ladainha é seguida de uma espécie de canto em que o coro começa a participar. Neste caso, o coro está indicado à direita.
Portanto, a ladainha é cantada em solo. Em seguida, vem uma fase de transição (canto de entrada), na qual existe coro, mas não jogo de capoeira.Num dado instante, o puxador canta a dica para que o jogo comece, e, em seguida, temos os corridos.
O primeiro exemplo a seguir é completo (ladainha, canto de entrada e sinal para início de jogo) e é, provavelmente, a mais bonita e antiga ladainha.
LADAINHAS “SOLO”
TAVA LÁ EM CASA
Eh tava lá em casa
Sem pensar nem imaginar
Eh tava lá em casa
Sem pensar nem imaginar
Quando vi bater na porta
Quando vi bater na porta oh Iaiá
Salomão mandou chamar
Era hora de brigar
Era hora de lutar
Para ajudar a vencer
Para ajudar a vencer oh Iaiá
Uma batalha liberal
Eu que nunca fui de briga
Nem pretendia lutar, amigo velho
coloquei arma na mão
Era tempo de brigar
Era hora de lutar
CANTO DE ENTRADA OU CHULA
Oh Ieh viva meu Deus
Ieh, viva meu Deus, camará
Oh Ieh viva meu mestre
Ieh, viva meu mestre, camará
Oh Ieh quem me ensinou
Ieh, quem me ensinou, camará
Oh Ieh a capoeira
Ieh, a capoeira, camará
Oh Ieh a malandragem
Ieh, a malandragem, camará
Oh Ieh galo cantou
Ieh, galo cantou, camará
Oh Ieh cocorocou
Ieh, cocorocou, camará
Oh Ieh menino é bom
Ieh, menino é bom, camará
Oh Ieh sabe jogar
Ieh, sabe jogar, camará
Oh Ieh joga bonito
Ieh, joga bonito, camará
Oh Ieh é mandingueiro
Ieh, é mandingueiro, camará
Oh Ieh é cabeceiro
Ieh, é cabeceiro, camará
Oh Ieh faca de ponta
Ieh, faca de ponta, camará
Oh Ieh sabe furar
Ieh, sabe furar, camará
Oh Ieh tá na hora de lutar
Ieh, tá na hora de lutar, camará
Oh Ieh pra ajudar meu irmão
Ieh, pra ajudar meu irmão, camará
Oh Ieh já é tempo de acabar
Ieh, já é tempo de acabar, camará
Oh Ieh a escravidão
Ieh, a escravidão, camará
Oh Ieh água de beber
Ieh, água de beber, camará
Oh Ieh volta do mundo
Ieh, volta do mundo, camará
Oh Ieh que o mundo dá
Ieh, que o mundo dá, camará
Observação: o canto de entrada anterior aparece com muitas outras ladainhas, com pequenas variações. Portanto, não o repetiremos integralmente nas próximas ladainhas, mas apenas uma pequena parte dele.
SALOMÃO (popular)
Menino, quem foi teu mestre?
Meu mestre foi Salomão
Sou discípulo que aprende
E mestre que deu a lição
O mestre que me ensinou no Engenho da Conceição (**)
Eu só devo dinheiro Saúde e obrigação
O segredo de São Cosme Quem sabe é São Damião
Valha-me a Nossa Senhora
Mãe de Deus, o Criador
Nossa Senhora me ajuda
Que nosso senhor já ajudou!!.............
CANTO DE ENTRADA (CHULA)
Oh Ieh água de beber
Ieh, água de beber, camará
Oh Ieh aruandê
Ieh, aruandê, camará
Oh Ieh aruandá
Ieh, aruandá, camará
Oh Ieh faca de ponta
Ieh, faca de ponta, camará
Oh Ieh ferro de matar
Ieh, ferro de matar, camará
Oh Ieh viva meu mestre
Ieh, viva meu mestre, camará
Oh Ieh quem me ensinou
Ieh, quem me ensinou, camará
Oh Ieh a regional
Ieh, a regional, camará
Oh Ieh chegou a hora
Ieh, chegou a hora, camará
Oh Ieh é hora, é hora
Ieh, é hora, é hora, camará
Oh Ieh vamos s’embora
Ieh, vamos s’embora, camará
Oh Ieh pela barra afora
BAHIA, MINHA BAHIA
Bahia, minha Bahia
Bahia do Salvador
Quem não conhece capoeira
Não lhe pode dar valor
Todos querem aprender
General, até doutor
Mas para isso é necessário
Procurar um professor
Professor de capoeira
Nesta velha capital
Não se iluda minha gente
Mestre Pastinha é sem igual
CANTO DE ENTRADA (CHULA)
Ieh, valha-me Deus, camarada
Ieh, valha-me Deus, camarada
Ieh, para beber, camarada
Ieh, para beber, camarada
Ieh, volta do mundo, camarada
Ieh, volta do mundo, camarada
Etc...
DONA ISABEL
Dona Isabel que história é essa
Dona Isabel que história é essa
De ter feito a abolição
De ser princesa boazinha
Que libertou a escravidão
Eu to cansado de conversa
Eu to cansado de ilusão
Abolição se fez com sangue
Que inundava este país
Que negro transformou em luta
Cansado de ser infeliz
Abolição se fez bem antes
Ainda por se fazer agora
Com a verdade da favela
Não com a mentira da escola
Dona Isabel chegou a hora
De se acabar com essa maldade
De ensinar para nossos filhos
O quanto custa a liberdade
Viva Zumbi, nosso rei negro
Que se fez herói lá me Palmares
Viva a cultura deste povo
A liberdade verdadeira
Que já corria nos quilombos
E já jogava a capoeira
Eee... viva Zumbi
Eee... viva Zumbi, camará...
CORRIDOS
INÍCIO DO JOGO DA CAPOEIRA
CANTOS CORRIDOS
MOLEQUE É TU
Mas é tu que é moleque
Moleque é tu
E é tu que é moleque
Moleque é tu
BIRIBA É PAU
Mas biriba é pau
Para fazer berimbau
Oh, biriba é que é pau
Para fazer berimbau
É pau é pau
Para fazer berimbau
E a biriba é que é pau
Para fazer berimbau
ADEUS ... ADEUS
Adeus, adeus
Boa viagem
Eu vou-me embora
Boa viagem
Eu vou com Deus
Boa viagem
E Nossa Senhora
Boa viagem
DEVAGAR (popular)
Devagar, devagar
Devagar, devagarinho
Devagar, devagar
Devagar bem devagarzinho
Devagar, devagar
E cuidado com seu pezinho
Devagar, devagar
Jogue Angola devagarinho
O MENINO É BOM
Eh menino é bom
Bate palma para ele
Eh menino é bom
Bate palma para ele
Mas o menino é que é bom
Bate palma para ele
Menino é muito bom
Bate palma para ele
CAMARADA
Camarada o que é meu?
É meu irmão
Meu irmão do coração, camarada
É meu irmão
Itapuã e mestre Lucas, camarada
É meu irmão
Seu Burguês e seu Paulão, camarada
É meu irmão
A CANOA VIROU (popular)
A canoa virou, marinheiro
Ê, no fundo do mar tem dinheiro
A canoa virou, marinheiro
Mas no fundo do mar tem dinheiro
A canoa virou, marinheiro
QUEBRA GEREBA (popular)
Quebra gereba
Quebra
Quebra tudo hoje
Quebra
Amanhã quem é que quebra
Quebra
Mas é quebra gereba
Quebra
Eu vou ver quebrar
Quebra
Amanhã nada quebra
Quebra
É quebra gereba
Quebra
SENHOR SÃO BENTO
Essa cobra me morde
Senhor São Bento
Mas que cobra valente
Senhor São Bento
A cobra lhe morde
Senhor São Bento
Olha o buraco da cobra
Senhor São Bento
Mais cuidado com a cobra
Senhor São Bento
E mata essa cobra
Senhor São Bento
Olha o dente da cobra
Senhor São Bento
É LEGAL, É LEGAL
É legal, é legal
Oi jogar capoeira
É um negócio legal
É legal, é legal
Oi tocar berimbau
É um negócio legal
É legal, é legal
Oi tocar um pandeiro
É um negócio legal
É legal, é legal
Quem é fã da Bahia
É um negócio legal
É legal, é legal
Oi tocar atabaque
É um negócio legal
É legal, é legal
AIDÊ
Ai ai ai dê
Joga bonito
Que eu quero ver
Ai ai ai dê
Joga bonito
Que eu quero aprender
Ai ai ai dê
Era eu era você
Ai ai ai dê
Oi joga para lá
Que eu jogo para cá
Ai ai ai dê
Joga para lá
Que eu não quero apanhar
Ai ai ai dê
O FACÃO BATEU EMBAIXO
Mas o facão bateu embaixo
A bananeira caiu
Mas o facão cortou embaixo
A bananeira caiu
Mas o facão roçou embaixo
A bananeira caiu
Cai, cai bananeira, oh
A bananeira caiu
Cai, cai capoeira, oh
A bananeira caiu
QUEBRA LAMÍ COMUGÊ
Quebra lamí comugê
Macaco
Quebra que quebra dendê
Macaco
Quebra lamí comugê
Macaco
Quebra coquito dendê
Macaco
Quebra que quebra para vê
Macaco
Quebra e bota no saco
Macaco
SÃO BENTO ME CHAMA
Ai ai ai
São Bento me chama
Ai ai ai
São Bento me quer
Ai ai ai
São Bento me leva
Ai ai ai
São Bento me prende
Ai ai ai
NHEM, NHEM, NHEM
O menino chorou
Nhem, nhem, nhem
É porque não mamou
Nhem, nhem, nhem
Cale a boca menino
Nhem, nhem, nhem
É menino chorão
Nhem, nhem, nhem
DÁ NO NEGO
Dá, dá, dá no nego
No nego você não dá
Dá, dá, dá no nego
Mas se der vai apanhar
Dá, dá, dá no nego
Mas no nego você não dá
Dá, dá, dá no nego
Você diz que dá no nego
Dá, dá, dá no nego
Mas no nego você não dá
Dá, dá, dá no nego
Se não der vai apanhar
Dá, dá, dá no nego
SIM E NÃO
Oi sim, sim sim
Oi não, não não
Oi sim, sim sim
Oi não, não não
Mas hoje tem
E amanhã não
Oi sim, sim sim
Oi não, não não
Mas olhe bem
A piscada do Lampião
Oi sim, sim sim
Oi não, não não
IDALINA (popular)
Tira de lá, bota cá
Idalina
Tira dali, bota aqui
Idalina
TABARÉU
Tabaréu que vem do sertão
Vendendo quiabo, maxixe e limão
Tabaréu que vem do sertão
Vendendo tomate, pepino e agrião
Tabaréu que vem do sertão
BEM-TE-VI JOGOU
Bem-te-vi jogou
Gameleira no chão
Bem-te-vi jogou
Gameleira no chão
Jogou e jogou
Gameleira no chão
Jogou e tirou
Gameleira no chão
Tirou e jogou
Gameleira no chão
Tornou a jogar
Gameleira no chão
Botou e tirou
Gameleira no chão
Jogou que eu vi
Gameleira no chão
Bem-te-vi jogou
Gameleira no chão
OLHA O NEGO SINHÁ
Olha lá o nego
Olha o nego, sinhá
Mas que nego danado
Olha o nego, sinhá
Esse nego é valente
Olha o nego, sinhá
Mas me pega esse nego
Olha o nego, sinhá
Derruba no chão
Olha o nego, sinhá
Esse nego é valente
Olha o nego, sinhá
Esse nego é o cão
Olha o nego, sinhá
Mas castiga esse nego
Olha o nego, sinhá
Conforme a razão
Olha o nego, sinhá
Ele é capoeira
Olha o nego, sinhá
VAI VOCÊ
Dona Maria como vai você
Vai você, vai você
Dona Maria como vai você
Como vai, como passou
Dona Maria como vai você
Joga bonito que eu quero aprender
Dona Maria como vai você
Como vai você, como vai você
Dona Maria como vai você
Vim aqui só para lhe ver
Dona Maria como vai você
Vim aqui para ver você
Dona Maria como vai você
Como vai, como passou
Como vai vosmecê
Dona Maria como vai você
PISA CABOCLO
Pisa caboclo
Quero ver você pisar
Na batida do meu gunga
Quero ver você pular
Pisa caboclo
Quero ver você pisar
Pisa lá, que eu piso cá
Quero ver você pular
Pisa caboclo
Quero ver você pisar
Na batida do meu samba
Quero ver você dançar
Pisa caboclo
Quero ver você pisar
Pisa lá, que eu piso cá
Quero ver quem vai pular
Pisa caboclo
Quero ver você pisar
CRUZ CREDO, AVE MARIA (popular)
Cruz credo, Ave Maria
Quanto mais eu cantava
Ninguém respondia
Cruz credo, Ave Maria
Essa roda é de mudo
E eu não sabia
Cruz credo, Ave Maria
Cruz credo, Ave Maria
Eu rezava de noite
E rezava de dia
Cruz credo, Ave Maria
Eu rezava e gritava
E ninguém respondia
Cruz credo, Ave Maria
VALHA ME DEUS, SENHOR SÃO BENTO (M.Paulo dos Anjos)
Valha me Deus
Senhor São Bento
Ai meu Deus
Vou jogar meu Barravento
Valha me Deus
Senhor São Bento
Ê, quando vê cobra assanhada
Valha me Deus
Senhor São Bento
E a cobra assanhada morde
Valha me Deus
Senhor São Bento
ABALOU CAPOEIRA (Paulo dos Anjos)
Abalou capoeira, abalou
Mas abalou deixa abalar
Abalou capoeira, abalou
De uma mão quebro bolacha
Abalou capoeira, abalou
E com a outra bebo café
Abalou capoeira, abalou
De casamento eu não falei
Abalou capoeira, abalou
Mas fica quando Deus quiser
Abalou capoeira, abalou
Quem quiser moça bonita
Abalou capoeira, abalou
Vai na ilha de Maré
Abalou capoeira, abalou
POMBA AVUÔ
Pomba voou
Pomba voou
Pomba voou
Gavião pegou
Pomba voou
Pomba voou
Eh, vou me embora dessa terra
Pomba voou
Pomba voou
Eh, porque já disse que vou
Pomba voou
Pomba voou
Eh, se não sou querido aqui
Pomba voou
Pomba voou
Eh, na minha terra eu sou
Pomba voou
Pomba voou
Pomba voou
Pomba voou
Pomba voou
Gavião pegou
Pomba voou
Pomba voou
MARIMBONDO, MARIMBONDO
Oh marimbondo, marimbondo
Pelo sinal
Marimbondo me mordeu
Pelo sinal
Me mordeu foi no umbigo
Pelo sinal
E se fosse mais para baixo
Pelo sinal
O meu caso estava perdido
Pelo sinal
Marimbondo que é danado
Pelo sinal
Oh marimbondo venenoso
Pelo sinal
Marimbondo foi fazer
Pelo sinal
Sua casa no capim
Pelo sinal
Se o vento leva ela
Pelo sinal
Marimbondo leva fim
Pelo sinal
Marimbondo, marimbondo
Pelo sinal
SAI, SAI CATARINA (popular)
Sai, sai catarina
Saia do mato
Venha ver Idalina
Sai, sai catarina
Saia do mato
Venha ver, venha ver
Sai, sai catarina
Eh, Catarina
Minha nega
Sai, sai catarina
Mas oh
Que saudade danada
Sai, sai catarina
Saia de lá
Venha ver Idalina
Sai, sai catarina
Salte de lá
Venha me ver Idalina
Sai, sai catarina
MARIA DO CAMBOATÁ
Dona Maria do Camboatá
Ela chega na venda
Ela manda botar
Dona Maria do Camboatá
Ela chega na venda
E dá salto mortal
Dona Maria do Camboatá
Ela chega na venda
E começa a gingar
Dona Maria do Camboatá
QUERO VER CAIR
Oh, a, ô - a – ih
Topei quero ver cair
Topei quero ver cair
Oh, a, ô - a – ih
Machado cego não corta
Madeira de Jassaí
Oh, a, ô - a – ih
Topei quero ver cair
Topei quero ver cair
Oh, a, ô - a – ih
Urubu não é pássaro preto
Sabiá não é bem-te-vi
Oh, a, ô - a – ih
Topei quero ver cair
Topei quero ver cair
Oh, a, ô - a – ih
Você joga de lá
Que eu jogo daqui para ali
Oh, a, ô - a – ih
Topei quero ver cair
Topei quero ver cair
Oh, a, ô - a – ih
TRÊS MESTRES (Paulo dos Anjos)
Eu conheci mestre Bimba
Conheci Canjiquinha
E também seu Maré
Eh, é, é, é
Ele me disse um dia
Eh, é, é, é
Capoeira é para homem,
Menino e mulher
Eh, é, é, é
Para menino e mulher
Eh, é, é, é
Para menino e mulher
Eh, é, é, é
O QUE É BERIMBAU (popular)
O que é berimbau
Berimbau, berimbau
A cabaça, o arame
Um pedaço de pau
Berimbau, berimbau
Eu toco direito
E você toca mal
Berimbau, berimbau
A cabaça, o arame
Um pedaço de pau
Berimbau, berimbau
PAU ROLOU, CAIU (popular)
Pau rolou, caiu
Lá na mata
E ninguém viu
Pau rolou, caiu
Eh, ninguém viu
Ninguém viu
Pau rolou, caiu
ESCORREGAR NÃO É CAIR
Escorregar não é cair
É o jeito que o corpo dá
Escorregar não é cair
Mas é o jeito que o corpo dá
Escorregar não é cair
É aquele jeito que o corpo dá
Escorregar não é cair
PEGA ESSE GUNGA
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Foi meu pai que me deu
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Pega esse gunga
Me venda ou me dê
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Esse gunga não é meu
Eu não posso vender
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
Foi meu pai que me deu
Esse gunga é meu
Esse gunga é meu
CAPOEIRA CAPÚ (Edson Show)
Ô meu filho quando nascer
Vou perguntar para parteira
O que é que o meu filho vai ser
O meu filho vai ser capoeira
Capoeira, capú
Maculelê maracatú
Mas não karatê
E não é kung-fu
Maculelê maracatú
Eu vim para Bahia
Comer caruru
Maculelê maracatú
Comer caruru
E não comer angu
Maculelê maracatú
Capoeira, capú
Maculelê maracatú
CANARINHO DA ALEMANHA
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Canarinho da Alemanha
Cachoeira Itororó, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Tem muitas lutas
Capoeira é uma só, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Na roda de capoeira
Quero ver quem é o melhor, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Eu jogo capoeira
Mestre Bimba é o maior, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Sou bom na queda
Mas Pastinha é bem melhor, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
Eu jogo capoeira
Da Bahia a Maceió, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
O segredo da lua
Quem sabe é o clarão do sol, eh
Canarinho da Alemanha
Quem matou meu curió
OH, ME DÁ MEU DINHEIRO
Oh, me dá meu dinheiro
Oh, me dá meu dinheiro, valentão
Oh, me dá meu dinheiro, valentão
Que no meu dinheiro
Ninguém põe a mão
Oh, me dá meu dinheiro
Oh, me dá meu dinheiro, valentão
Oh, me dá meu dinheiro, valentão
Porque no meu dinheiro
Ninguém põe a mão
Me dá meu dinheiro
Me dá meu dinheiro, valentão
Me dá meu dinheiro
Que te dou uma rasteira
E jogo no chão
Me dá meu dinheiro
Me dá meu dinheiro, valentão
Oh, me dá meu dinheiro, valentão
Porque no meu dinheiro
Ninguém põe a mão
IDALINA
É de manhã
Idalina tá me chamando
Idalina tem um costume
De chamar, diz que vai andando
É de manhã
Idalina tá me chamando
Idalina meu amor
Idalina tá me esperando
É de manhã
Idalina tá me chamando
Idalina tem um costume
Danado, de falar de homem
É de manhã
Idalina tá me chamando
MULHER COM MULHER (popular)
Nunca vi galinha verde
Nem papagaio é jacaré
Como é, como é
Na roda de capoeira
Homem não joga com mulher
Como é, como é
Mulher com mulher
Oh, só joga mulher
Como é, como é
SALOMÉ, SALOMÉ (popular)
Oh, Salomé, Salomé
Homem pequeno
É ladrão de mulher
Oh, Salomé, Salomé
Oh ladrão de mulher
Ladrão de mulher
Oh, Salomé, Salomé
Mestre Abélio
É ladrão de mulher
Oh, Salomé, Salomé
Seu Graúna
É ladrão de mulher
Oh, Salomé, Salomé
Seu Dino
É ladrão de mulher
Oh, Salomé, Salomé
TICO-TICO
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Se meu amor for embora
Eu não fico
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Quebre-me a cara
O dinheiro eu não fico
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Não é com a mão
Nem com pé, é com o bico
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Minha toalha é de renda
É de bico
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Estava na corda
Caiu no penico
Apanha laranja no chão
Tico-tico
Se meu amor for embora
Eu não fico
PISEI NA FOLHA SECA (popular)
Mas eu pisei na folha seca
Vim fazer chuê, chuá
Chuê, chuê
Chuê, chuá
Eu vim fazer chuê, chuá
Chuê, chuê, chu
Chuê, chuê, chuá
Eu vim fazer chuê, chuá
Você diz que dá no nego
Mas no nego você não dá
Eu vim fazer chuê, chuá
Jogue as pernas para cima
Deixe o nego vadiar
Eu vim fazer chuê, chuá
BARAÚNA (Paulo dos Anjos)
Baraúna caiu, quanto mais eu
Quanto mais eu, quanto mais eu
Baraúna caiu, quanto mais eu
Ê, valei-me Nossa Senhora
Baraúna caiu, quanto mais eu
Ê, mãe de Deus da Conceição
Baraúna caiu, quanto mais eu
Ê, me livre dessa senhora
Baraúna caiu, quanto mais eu
Mas isso é imagem do cão
Baraúna caiu, quanto mais eu
Eu vou-me embora dessa terra
Baraúna caiu, quanto mais eu
Ai meu Deus, porque já disse que vou
Baraúna caiu, quanto mais eu
Mas eu não sou querido aqui
Baraúna caiu, quanto mais eu
E na minha terra eu sou
Baraúna caiu, quanto mais eu
A MANTEIGA DERRAMOU
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga não é minha
É para filha de Ioiô
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga do patrão
Caiu no chão se derramou
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga derramou
Caiu n’água se molhou
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga é de Sinhá
A manteiga é de Sinhô
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga não é minha
Valha-me Deus nosso Senhor
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
A manteiga do senhor
Carapina do senhor
Vou dizer a meu Sinhô
Que a manteiga derramou
LICURÍ QUEBRAR DENDÊ (Paulo dos Anjos)
Quem nunca viu
Venha ver
Ai meu Deus
Licurí quebrar dendê
Quem nunca viu
Venha ver
Ai meu Deus
Licurí quebrar dendê
Quem nunca viu
Venha ver
NEM TUDO QUE RELUZ É OURO (popular)
Cai, cai, cai, cai
Capoeira balança mas não cai
Cai, cai, cai, cai
Capoeira balança mas não cai
Cai, cai, cai, cai
Nem tudo que reluz é ouro
Nem tudo que balança cai
Cai, cai, cai, cai
Capoeira balança mas não cai
Cai, cai, cai, cai
BEIRA MAR
Beira mar, auê beira mar
Beira mar, auê beira mar
Beira mar, auê beira mar
Beira mar, auê beira mar
O riacho que corre pro rio
É o rio que corre pro mar
O mar é morada do peixe
Eu quero ver quem vai jogar, oh beira mar
Beira mar, auê beira mar
Beira mar, auê beira mar
Minha mãe chama Maria
Moradeira de Najé
No meio de tanta Maria
Não sei mais minha mãe quem é, oh beira mar
Beira mar, auê beira mar
Beira mar, auê beira mar
ADEUS CORINA
Adeus Corina, dão dão
Vou-me embora, vou-me embora
Como já disse que eu vou
Adeus Corina, dão dão
Mas prossegue o berimbau
Um amigo de quem sou
Adeus Corina, dão dão
Vou para o Rio de Janeiro
Visitar meu amor
Adeus Corina, dão dão
Mulata de qualidade
Se mudou para a cidade
Adeus Corina, dão dão
ESTOU DORMINDO
ESTOU SONHANDO
Estou dormindo...estou sonhando
Estão falando mal de mim
Estou dormindo...estou sonhando
Estão falando mal de mim
Jogo em cima...jogo embaixo
Jogo assim está para mim
Estou dormindo...estou sonhando
Estão falando mal de mim
Quebro em cima...arrasto embaixo
Flor bonita é no jardim
Estou dormindo...estou sonhando
Estão falando mal de mim
DONA ALICE (popular)
Eh dona Alice não me pegue não
Não me pegue não me agarre
Não me pegue não
Eh dona Alice não me pegue não
Não me pegue não me aperte
Não me pegue não
Eh dona Alice não me pegue não
Não me use não abuse
Não me deixe a mão
Eh dona Alice não me pegue não
Não me pegue não me agarre
Não me pegue não
Eh dona Alice não me pegue não
UMA VOLTA SÓ (popular)
Oh, Iaiá mandou dar
Uma volta só
Oh, que volta danada
Uma volta só
Oh, que volta demorada
Uma volta só
PARANAUÊ (popular)
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Vou-me embora para favela
Paraná
Como eu já disse que eu vou
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Diz Vera que o morro
Paraná
Se mudou para cidade
Paraná
Batuque todo dia
Paraná
Mulata de qualidade
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Vou-me embora, vou-me embora
Paraná
Como eu já disse que eu vou
Paraná
Eu aqui não sou querido
Paraná
Na minha terra eu sou
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
O enfeite de uma mesa
Paraná
É um garfo e uma colher
Paraná
O enfeite de uma cama
Paraná
É um homem e uma mulher
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
A mulher para ser bonita
Paraná
Não precisa se pintar
Paraná
A pintura é do Diabo
Paraná
A beleza é Deus quem dá
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Quem não pode com a mandinga
Paraná
Não carrega o patuá
Paraná
Quem não pode com besouro
Paraná
Não assanha mangangá
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Quem tem telhado de vidro
Paraná
Não joga pedra para o ar
Paraná
Quem tem mulher bonita
Paraná
Cuida bem para não voar
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Dou o nó escondo a ponta
Paraná
Ninguém sabe desatar
Paraná
Vou-me embora para Bahia
Paraná
Para nunca mais voltar
Paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paraná, paranauê, paraná
Paranauê-ê, paranauê, paraná
ME LEVA MORENA (Toni Vargas)
Leva morena me leva
Me leva para o seu bangalô
Leva morena me leva
Que eu sou capoeira de São Salvador
Leva morena me leva
Me leva para o seu bangalô
Leva morena me leva
Que eu sou capoeira de São Salvador
Leva morena me leva
Leva para o seu chatô
Leva morena me leva
Que eu sou capoeira cheinho de amor
Leva morena me leva
Me leva para o seu bangalô
Leva morena me leva
Que eu sou capoeira de São Salvador
Leva morena me leva
Me leva para o seu bangalô
Me leva para o seu barraquinho
Tão pequenininho em Salvador
Leva morena me leva
Me leva para o seu bangalô
Leva morena me leva
Que eu sou capoeira de São Salvador
CAPOEIRA MATA UM
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
No terreiro fica um
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
No terreiro fica um
No dia que eu amanheço
Dentro da Itabaianinha
Homem não monta cavalo
Nem mulher deita galinha
As freiras que estão rezando
Se esquecem da ladainha
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
No terreiro fica um
Oração de braço forte
Oração de São Mateus
Para o cemitério vão os ossos
Os seus ossos e não os meus
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
Eu conheci um camarada
Que quando nós andarmos juntos
Não vai haver cemitérios
Para caber tantos defuntos
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
No terreiro fica um
Oração de braço forte
Oração de São Mateus
Nas horas de meio dia
Quem pode comigo é Deus
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum zum
No terreiro fica um
E eu nasci no sábado
No domingo me criei
E na segunda feira
A capoeira já joguei
Zum zum zum zum
Capoeira mata um
A Benguela
A benguela chamou pra jogar
A benguela chamou pra jogar (Coro)
Capoeira
Tudo começou assim
Hoje eu tenho que lembrar
De Maria Martinha do Bonfim
Luiz Cândido Machado
Que eram os pais de Mestre Bimba
Manoel dos Reis Machado
CORO
Em mil e novecentos,
Este fato aconteceu
Em vinte e três de novembro
O Mestre Bimba nasceu
CORO
Bimba assim dizia
Tocando seu berimbau
Sentado no velho banco
Ensinando a Regional
CORO
Nos dias de formatura
Era obrigado a jogar
O São Bento Grande
E o toque de iúna
A benguela não podia sujar
CORO
Em cinco de fevereiro
Do ano de setenta e quatro
Esta tristeza aconteceu
Na cidade de Goiânia
Mestre Bimba faleceu
A PALHA DO COQUEIRO
Vento balançou a palha do coqueiro,
Vento balançou a palha do coqueiro,
Coco que tava maduro
Despencou caiu primeiro
Coco que tava maduro
Despencou caiu primeiro
Lá na praia tem coqueiro
Quem plantou foi Iemanjá
Se o coco tiver maduro
O vento vai derrubar
Vento balançou a palha do coqueiro,
Vento balançou a palha do coqueiro,
Coco maduro tomara que você caia
Mas não quebre a sapucaia
Quando o vento balançar
Vento balançou a palha do coqueiro,
Vento balançou a palha do coqueiro,
Na praia de Amaralina
Na sombra do coqueiral
Tem roda de capoeira
No toque do berimbau
ACENDE OCANDIEIRO
Acende o Candieiro
Iaiá, ô iaiá (Coro)
Acende o candieiro, iaiá
Só a luz ofuscante da candeiae
o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear (2x)
Hoje tem festano Quilombo dos Palmares
Já se ouve pelos areso som estridente do tambor
Ioiô, no rabo de arraia certeiro
No jogo de angola rasteiro
No bote da cobra coral
Com a ligeireza de um raio
Destreza fundamental
Quem paga o pato é o Capitão-do-mato
Na luta do bem contra o mal, ô iaiá
CORO
Ô, balança na barra da saia
Levanta sacode a poeira do chão
Oi abre a roda que agora o pau vai comer
No samba duro angolanoNa ginga do maculelê (2x)
Ô quem tem sangue de quilombola não cai
Finge que vai mas não vai
Risca seu nome no vento
Rei Cangazumba vem dar início ao festejo
O pagode é um lampejo
que comanda o ritual
E o seu lamento era um grito de guerraque ecoava pela terra
Tornando o quilombo imortal, ô iaiá
ARTE SECULAR
Mais um dia amanheceu
Eu fiquei a perguntar
Como foi que começou
Essa arte secular
Surgiu com a vontade
De querer se liberar
E hoje é no mundo inteiro
Quem se aprende a jogar
Onde o rico vira pobre
Sabe tocar e cantar
E o pobre tem suas riquezas
Sabe se valorizar
Mas a verdade não é essa
Nem eu sei prá lhe contar
Tem coisas que eu entendo
E não consigo explicar
Sei que um dia era criança
E ficava a procurar
Muitas coisas que até hoje
Continua a rodar
eu vou rodar o mundo
com essa arte de lutar
roda de capoeira
capoeira a rodar
eu vou rodar no mundo
com essa arte de lutar.
ARUANDA Ê
Aruanda ê
Aruanda ê, Aruanda
Aruanda ê ,camará.
Aruanda ê
Aruanda ê, Arunda
Aruanda ê, camará.
Vem de dentro do peito
Essa chama que acende
Meu corpo inteiro não pode parar
Eu sou mandigueiro de lá da Bahia
Axé capoeira, Filhos de Aruanda.
Aruanda ê
Aruanda ê, Aruanda
Aruanda ê camará
O meu deus que me guie
Por todo caminho
Não deixe na roda a fé me faltar
Sou vento que sopra eu sou capoeira
A luta de um povo pra se liberar
Aruanda ê
Aruanda ê, Aruanda
Aruanda ê camará.
ÀS VEZES ME CHAMAM
DE NEGRO
Às vezes me chamam de negro
Pensando que vão me humilhar,
Mas o que eles não sabem
É que isso me faz lembrar
Que venho daquela raça
Que lutou pra se libertar
Que criou o maculelê
E acredita em candomblé,
Que trás um sorriso no rosto
A ginga no corpo
E o samba no pé.
Capoeira poderosa,
Jogo de libertação,
Aqui ,hoje nesta roda
Venho agradar os meus irmãos.
Camarada o que é meu camarada,
É meu irmão,
Meu irmão do coração, camarada,
É meu irmão.
Na roda de capoeira
Pode-se matar ou morrer,
Mas também se joga limpo
E é bonito de se ver
Camarada o que é meu, camarada ,
É meu irmão.
BAHIA QUE TEM DENDE
Bahia que tem dendê
Bahia que tem dendêBahia que tem dendê (Coro)
CORO
Bahia, minha BahiaSinto saudades de você
CORO
Bahia da capoeiraComo é bonita de se ver
CORO
Bahia de Mestre BimbaValdemar e Aberrê
CORO
Bahia de Santo AmaroTerra do Maculelê
CORO
Bahia, minha BahiaFico longe de você
CORO
Bahia que é minha terraE lá quero morrer
BERIMBAU BATEU
Capoeira rezava abaixado
Ao pé do berimbau
Capoeira rezava abaixado
Ao pé do berimbau
Berimbau bateu,
CamafeuChamou pra jogar (Coro)
Olha a mulata dos olhos verdes e saia rendada
Olha a mulata dos olhos verdes e saia rendada
Água de côco colar de contas e patuá
Água de côcoColar de contas e patuá
CORO
Ôôôô já é tardinha o mercado vai fechar
Capoeira vai pra rua já é hora de jogar
CORO
Na volta que o mundo deu na volta que o mundo dá
E quando amanhecerTudo vamos começar
Dá licença moço, dá licença que eu quero passar
Dá licença moço, dá licençaQue eu quero passar
CORO
Mas cadê mestre Pastinha que tinha oitenta prá lá
E ainda jogava capoeiraCom quem tem vinte pra cá
Dá licença moço, dá licença que eu quero passar
Dá licença moço, dá licençaQue eu quero passar
CUIDADO MENINO
Caí a chuva vem o vento
Corre a água da ladeira
Cai a folha do coqueiro
Cai a manga da mangueira
Só não cai filho de Aruanda
Que é bamba na capoeira
Cuidado menino que o som vai subir
Filho de Aruanda não pode cair.
AUE, AUE, AUE, EEE
Auê,auê,auê,auêeeeeeeee.....
Oi,Lê,lê,lê,lê,lê lê lê lê ô...
Tá no sangue da raça Brasileira,
Capoeira,
É da nossa cor.
Atabaque,
É da nossa cor.
Berimbau,
É da nossa cor.
Agogô,
É da nossa cor.
Éssa roda,
É da nossa cor.
Filhos de Aruanda,
É da noss cor...
CHORA CAPOEIRA
Chora Capoeira Capoeira chora
Chora capoeiraMestre Bimba foi embora (Coro)
CORO
Mestre Bimba foi-se embora
Por favor tire o chapéu
Mas não vai chorar agora
Mestre Bimba foi pro céu
CORO
Mestre Bimba foi-se embora
Mas deixou jogo bonito
Deve estar jogando agora
Numa roda no infinito
CORO
Mestre Bimba foi-se embora
Não teve coro e nem mistério
Berimbau tocou sereno
Na porta do cemitério
CORO
Mestres de capoeira
Existem muitos por aí
Mas igual ao Mestre Bimba
Nunca mais vai existir
CORO
Mestre Bimba foi-se embora
Para nunca mais voltar
Disse adeus à capoeira
E foi pro céu descansar
CORO
Atenção capoeirista
Por favor tire o chapéu
E Mestre Bimba está jogando
Numa roda lá no céu
CORO
No dia de sua morte
Berimbau silenciou
Sete dias de luto
Toda Bahia ficou
CORO
CHORA, MARIA CHORA
Oi, Maria tava chorando
porque seu amor foi embora
Ele foi lá pra beira do cais
Jogar capoeira de angola
Oi, chora Maria chora (Coro)
Chora Maria o seu bem foi-se embora
CORO
Lá na beira do cais jogador de angola
CORO
Essa roda só pára na romper de aurora
CORO
Quem mandou escolher capoeira de angola
CORO
Oi chora Maria Maria chora
CORO
Repete o inicio
SANGUE DO NEGRO
Cruzei meu sangue com o dele
E jurei no pé da cruzque iria me vingar
Vingança essa muito sériaque eu tinha que lutar,
com um nêgo muito forteque só jogava pra matar
Mas o tempo foi passando eu fiquei a imaginar
Que pra ser bom capoeiratem que ter bom fundamentoe muita ginga para jogar (2x)
Eu não carrego medo mais agüento com a mandinga carrego o patuá
Olha aí meu camarada se queres jogar, vamos lá (2x)
Ê ê ê berimbauzum zum zum cordão de ouro (2x)
CURVA DE RIO
Curva de rio
Ponta de areia
Andei pela praia
no rastro da sereia
coro
Prá jogar capoeira ,
tem idade não senhor
Gordo,velho,magro, moço
tem que ser improvisador
coro
Berimbau comanda o jogo
Com pandeiro e agogô
O atabaque no sentido esse jogo já me provoco
coro
Macio feito uma mola,Capoeira é de valor
Põe mandiga nesse jogo,berimbau já reclamou
coro
A onça turrou na mata,boi malhado se assustou
No galho da seringueira,macaco já pulou
coro
Na beira do rio eu vi sucuri laçar um boi
Na beira da agua eu vi a sereia cantar
Do outro lado eu vi um mutum a voar
HOJE TEM CAPOEIRA
Olha, pega berimba começa a tocarPandeiro e atabaque não pode faltarJogo ligeiro que lá na Bahia aprendi a jogar
Meia-lua, rasteira, martelo e pizãoSolta a mandinga conforme a razãoNa reza cantada pede proteção
Ê, hoje tem capoeiraNo toque do violaChega pra roda e vamô jogar (2x) (Coro)
Oi, meu mestre foi BimbaNegro mandingueiroCom quem essa arte aprendi a jogar
Joguei na Ribeira, no pé da ladeiraE na beira do marPula daqui, olha joga pra láDiscípulo de Bimba chegou pra jogar
CORO
Olha, pega berimba começa a tocarPandeiro e atabaque não pode faltarJogo ligeiro que lá na Bahia aprendi a jogar
EU NÃO SOU DAQUI
Eu não sou daqui
Capoeira (Coro)
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou,
Eu quero ver
CORO
Eu quero ouvir berimbau
Eu quero ver a rasteira
Na Angola e Regional,
Eu não sou daqui
CORO
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou
EU VI A CUTIA COM COCO NO DENTE
Eu vi a Cutia com coco no dente,
com coco no dente, com coco no dente.
Eu vi a cutia com coco no dente,
Comendo farinha, olhando pra gente.
Eu vi a Cutia com coco no dente,
Com coco no dente, com coco no dente.
Eu vi a Cutia com coco no dente,
Comendo farinha, olhando pra gente.
Eu vi a Cutia com coco no dente,
Com coco no dente com coco no dente.
Eu vi a Cutia com coco no dente...
FACA TUCUM
Faca TucumMatou Besouro Mangangá (Coro)
Diz a história que mataram seu Besouro
Foi na Bahia, Santo Amaro em Salvador
Morreu deitado dentro de rede de corda
De nada valeu mandinga
Da traição não se salvou
CORO
Corpo fechado, magia com reza forte
Da vida não levava lição de ninguém
Cordão de Ouro, também chamado Besouro
Hoje joga capoeiraCom os mestres do além
CORO
Dormi sonhando com o berimbau tocando
Vejo uma roda com Besouro e Paraná
Fico lembrando desses mestres do passado
Sinto um desejo danado de capoeira jogar
ERA BESOURO
Vou contar uma história
Vou contar uma história
Que a muito ocorreu
Foi numa noite sem lua
Quando besouro morreu
numa emboscada
que fizeram no grotão
Quando passava Besouro
Montado num alazão
Com sete tiros no peito
Com sete tiros no peito, ai meu Deus
E facada de tucum
Mataram Besouro Preto é é é
Protegido de Ogum
Mas a inveja é mãe da raiva
Mas a inveja é mãe da raiva
Prima irmã da covardia
E pra morrer, colega velho
Cada um tem o seu dia
Era Besouro, era Besouro (Coro)
Valente como touro
CORO
GALO JÁ CANTOU
Galo já cantouJá raiou o dia (Coro)
E até pareceque eu estou lá na Bahia
CORO
Na roda de capoeiraEu me sinto na Bahia
CORO
Quando eu ouço um berimbau
O meu corpo se arrepia
CORO
Capoeira dia e noite
Capoeira noite e dia
CORO
E fiz da capoeira
A minha filosofia
CORO
Oi, avisa os capoeiras
Lá vem a cavalaria
CORO
IAIÁ IOIÔ
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorouIaiá ioiôIaiá ioiô
Iaiá ioiôIaiá ioiô (Coro)
Oi menino com quem tu aprendeu?
Oi menino com quem tu aprendeu?
Aprendeu a jogar capoeira, aprendeu
Quem me ensinou já morreu
Quem me ensinou já morreu
O seu nome está gravado na terra onde ele nasceu
Salve o Mestre Bimba salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou a mandinga de bater com o péIaiá ioiô
CORO
Mandingueiro, veio de malevolência
Era meu mestre ligeiro
Que jogava conforme a cadência no bater do berimbau
Salve o Mestre Bimba criador da Regional
Salve o Mestre BimbaCriador da RegionalIaiá ioiô
CORO
Aprendeu meia-lua, aprendeu
Martelo e Rabo-de-arraia
Jogava no pé da ladeira
Muitas vezes na beira da praia
Salve São Salvador
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o péIaiá ioiô
CORO
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorouIaiá ioiôIaiá ioiô...
CAPOEIRA DE ANGOLA
Jogar Capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver lelê
Com a cabeça no chão
Vai saindo de aú
Completando rolê
Eu fui lá no cais da Bahia
Jogar Capoeira
Lembrei de Pastinha de Seu Aberê lelê
Capoeira de Angola
Não é brincadeira menino vem ver
Coro
Camisa sempre falou
Solte o corpo menino
Deixe de falar
Tem que ter sentimento
Para Capoeira de Angola jogar
Coro
Você diz que entra na roda
Com ginga de corpo sabe balançar
Tem que ser mandingueiro
Para Capoeira de Angola jogar
LEMBA
Eu vou lhe contar um fato
Que há muito ocorreu
No tempo do negro escravo
Quando uma lenda nasceu
Foi lá no Barro Vermelho
Que isso tudo aconteceu
Covardia ou maldade
Isso só quem sabe é Deus
Foi levado sem querer
Castigado sem parar
Teve a língua cortada
Que é pra nunca mais falar
Teve seu corpo
Todo coberto de mel
Foi posto num formigueiro
e asua morte foi cruel
oii
Lemba ê Lemba
Lemba de Barro Vermelho
Lemba ê Lemba (Coro)
NA VIDA SE CAI
Na vida se cai
Se leva rasteira 2 vezes
Quem nunca caiu
Não é capoeira.
Na Capoeira
Eu cresci como passado
Desse tempo tão ligeiro
Rápido como piscar
Ontem eu era um menino iniciante
Um capoeira errante
Mais eu não parei de treinar
Na vida se cai
Se leva rasteira 2 vezes
Quem nunca caiu
Não é capoeira.
Eu caí,sim
Eu caí me levantei
Tropecei,caí de novo
Consegui,me afirmei.
Na vida se cai
Se leva rasteira 2 vezes
Quem nunca caiu
Não é capoeira.
A vaidade e ruim pro capoeira
Faz ele se achar o bom
Não escapa da rasteira.
Na vida se cai
Se leva rasteira 2 vezes
Quem nunca caiu
Não é capoeira.
NEGO DANADO
Vou contar uma história
Que há muito me ocorreu
foi numa madrugada
Quando o nego apareceu
Fui a ele apresentando
Por um outro amigo meu
Ele disse que era mestre
E ao mestre eu me apeguei
Ele dava rasteira
Dava aú com uma das mãos
Camarada esse nego
Parece a bala de um canhão
O que ele faz brincando
Você não faz nem zangado
O danado desse nego
Parece que tá endiabrado, eu falei
Nego danado
Nego danado (Coro)
O que ele faz brincando
Você não faz nem zangado, eu falei
CORO
EU VOU LER O B-A-BÁ
Eu vou ler o B-A-Bá
B-A-Bá do Berimbaua
A moeda e o aramecom dois pedaçoes de paua
cabaça e o caxixiaí está o berimbau
Berimbau é um instrumento
que toca numa corda sóvai tocar
São Bento Grandetoca
e angola em tom maioragora
acabei de crer o Berimbau é o maior
CamaradinhoYê Viva meu DeusYê viva meus Deus camarado
CAPOEIRA
Capoeira que vem da Bahia
Da cidade de São Salvador
Hoje eu mando um abraço pra ela
E digo pro meu amor
Que estou morrendo de saudade
Capoeira não voltou
Que estou morrendo de saudade
Capoeira não voltou
Capoeira que tu me ensinou
O dinheiro não pode pagar
Capoeira não tem dia
Não tem hora e nem lugar
Capoeira é no pau, no pé, na mão
É na ponta da faca, é no facão
Capoeira é no pau, no pé, na mão
É na ponta da faca, é no facão
É PAULEI
Tico-tico canta no mato
Sabiá na laranjeira
Nunca vi roda de samba
Sem o jogo da capoeira
Ô biriba é pau é pau
Pra fazer berimbau é pau
Ô biriba é pau é pau
Pra fazer berimbau, biriba é pau
OLHA LEI DO CÃO
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta (2x) (Coro)
Olha o sangue, o chicote
O negro tá no tronco
E não pede clemência, lê lê
CORO
Oi eu vou falar, vou tornar a repetir
Capoeira que é bamba escorrega
Mas desce sem cair, lê lê
CORO
Capoeira, menino, é luta de valente
Num ritmo danado num pique arretado
Que mexe com agente, lê lê
CORO
Capoeira menino, é bonita de ver
É melhor de fazer
Dona Alice me disse dá chapa de frente
E aú com rolê, lê lê
PÕE NO CHÃO
Põe no chão
Que eu quero ver caboclo
(2 vezes)
Põe no chão
Que eu quero ver sinhá
O cabra tá assustado
Tá com medo de apanhar
Tá se escondendo na roda
Mas não vai me escapar
Põe no chão
Que eu quero ver caboclo
Põe no chão
Que eu quero ver sinhá
O caboclo já fez sua jura
Partiu pro jogo de corpo fechado
No pescoço tinha um pátua
E pediu forças pra Oxalá.
Põe no chão
Que eu quero ver caboclo
Põe no chão
Que eu quero ver sinhá
Oi me dê forças pra jogar capoeira
Oi me dê forças pra tocar berimbau
O desafio já está lançado
Faca de ponta vai lhe furar.
PÔE TEMPERO
Pôe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé todo mundo já provou.
Pôe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé todo mundo já provou.
É no Rio de Janeiro
Camisa é quem falo
Tem que ser camaleão
Para ser bom jogador.
Pôe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé todo mundo já provou.
Bahia terra dos santos
Você tem que nela provar
Quem não joga capoeira
Tem que saber requebrar.
Pôe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé todo mundo já provou.
No centro do meu brasil
E onde fica a capital
Também tem a capoeira pura
No Distrito Federal. (continua........)
Pôe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé todo mundo já provou.
Capoeira e minha arte
Pelo mundo se espalhou
O jeito do brasileiro nela já incorporou.
PREPARE O ARAME
Ô, prepare o aramee envergue a madeira de jequitibá
Traz a moeda e a cabaçae o caxixi da feira que eu quero tocar
Meu berimbau êê
Meu berimbau camará
Ele é enfeitado com laços de fitase as conchas do mar (Coro)
Eu enfrento o sereno
Disfarço o veneno nessa solidão
Toco São-Bento-GrandeSão-Bento-Pequeno conforme a razão
Na roda o medo não fala
Moleque aprende a lição
Coragem nunca se cala
Vence quem tem coração
Com os pés na senzala
Negro se ajoelha fazendo oração CORO
Vem menino vem
Descendo a ladeira
No cais douradoVai ser capoeira pra matar
Dança morena faceiravadeia na beira-do-mar
Negro velho de bandeirazé da gameleira, chegou pra brincar
LEMBRANÇA DE BIMBA
Quando eu toco meu pandeiro, iaiá
No terreiro de Jesus
Quando eu toco meu pandeiro
No terreiro de Jesus
Eu me lembro de Mestre Bimba
Ajoelhado ao pé da cruz
Eu me lembro de Mestre Bimba
Ajoelhado ao pé da cruz
A capoeira
De BimbaA Regional
De Bimba são Bento Grande
De Bimba
A Iúna
De Bimba
Cavalaria
De Bimba
Mestre Bimba é maior
oii, oii, oii, Mestre Bimba é maior,
oii, oii, oii, Mestre Bimba foi maior
QUEM É VOCÊ QUE ACABA DE CHEGAR
Quem é você que acaba de chegar
Quem é você que acaba de chegar (Coro)
Eu sou Besouro PretoBesouro de Mangangá
Eu vim lá de Santo Amaro
Vim aqui só pra jogar
CORO
Eu sou Besouro PretoBesouro de Mangangá
Ando com corpo fechadoCarrego meu patuá
CORO
Me chamam Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Bala de rifle não me pega
Que dirá faca de matar
CORO
Aqui em Maracangalha
Você não vai escapar
Contra faca de tucum
Ninguém pode se salvar
VAMOS COMEÇAR A BRINCADEIRA
Vamos começar a brincadeira
Brincadeira de capoeira (Coro)
Vamos começar a brincadeira
Brincadeira de capoeira
Tem meia-lua,de armada e a rasteira
Olha o tombo na ladeira
CORO
Vamos começar a brincadeira
Brincadeira de capoeira
Não vale tapa, soco e agarrão
Brinque como irmão, vamo lá...
CORO
Vamos começar a brincadeira
Brincadeira de capoeira
Cabeçada, armada e a ponteira
Brincadeira de capoeira
BESOURO MANGANGÁ
Ô seu chefe de polícia -2x
O barulho está formado
Tem um cabra lá na praça oi iaiá
Batendo nos seus soldados
Capitão saiu correndo
Tenente está desmaiado
Seu caboclo conte direito
Não me faça confusão
Não pode ser um só cabra
Batendo num batalhão
Mas o cabra é diferente oi iaiá
Não se pode segurar
Diz até que não é gente
Que vem lá de mangangá
Sendo assim traga reforço
Chama uma guarda inteira
Que ele é filho do demônio
É besouro capoeira
Oi zum zum zum besouro mangangá
bateu foi na polícia de soldado a generá
Oi zum zum zum besouro mangangá
bateu foi na polícia na volta que o mundo dá
DESAFIO DO MESTRE
Bimba foi desafiado, oiaiá
Por um negô esquisito
de andar malandreado,
cujo nome é Benedito
Disse não acredita, oiaiá
nessa tal de capoeira,
que essa luta não passava
de uma simples brincadeira
Logo se formou uma roda,
bem ali no meio da rua
Bimba desmaiou o homem
só com um meia lua
Quando o homem despertou
He, Mestre Bimba assim falou
Hee, levanta cabra safado,
que esse jogo mal começou
Benedito, então gritou,
prá pequena multidão,
Oia, segurem Mestre Bimba,
não quero apanhar mais não
na roda de capoeira,
esse homem é o cão, camará
Iê, viva seu Bimba
Oiaiá, foi mandigueiro
Oiaiá, foi cabeceiro Oiaiá, a felicidade Oiaiá, a capoeira
A FORÇA DE UM CAPOEIRA
Oi a força de um capoeira, colega velho,
Ninguém vai poder tirar.
Oi a força de um capoeira, colega velho,
Ninguém vai poder tirar.
Porque já nasce com ele,
A força que Deus lhe dá.
O mundo pode dar volta,
Porque volta o mundo dá,
Não existe uma rasteira,
Que possa lhe derrubar.
O guerreiro da Senzala,
Tem a força no seu cantar.
Tem o jogo de um guri,
Colega velho,no toque de um berimbau,
Deus nos traz o bem,
Leva pra longe o mal,
camarada.Iê maior é Deus.Iê maior é Deus...
CAPOEIRA É BELEZA
Capoeira não sai da minha cabeça
Capoeira não sai do coração
Capoeira quem joga e mandingueiro
Capoeira e jogo de irmão
CapoeiraEee... Beleza
CapoeiraEee...Tradição
CapoeiraTem fundamento
CapoeiraE vibração
Capoeira nasceu foi no quilombo
no sofrimento da senzala
O nego cantava ladainha
Enquanto a cana era cortada
CapoeiraEee...BelezaCapoeira...
Na roda de capoeira
Pode-se matar ou morrer
Mas também se joga limpo
O que e bonito é pra se ver
Capoeira...
(coro)
E pra se bom capoeira
Não basta so aptidão
Tem que se entregar de alma
E cantar com o coraçãoCapoeira...
CUIDADO MOÇO QUE ESSA FRUTA TEM CAROÇO
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço (CORO )
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Mais vale nossa amizade
que dinheiro no meu bolso
Pra quem sabe viver
Essa vida é um colosso
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço (CORO)
Ando com corpo fechado
E um rosário no pescoço
Fui criado lá na roça
Tomando água de coco
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço (CORO )
Cachorro que é esperto
Come a carne rói o osso
A mulher quando não presta
Mata o homem de desgosto
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço (CORO )
Você pulava muito no tempo que era moço
Mas já está ficando velhoveja as rugas no seu rosto
Cuidado moço que essa fruta tem caroço
Cuidado moço que essa fruta tem caroço (CORO)
QUEM VEM LÁ
Quem vem lá sou eu, quem vem lá sou eu berimbau bateu, capoeira sou eu 2x (coro)
Eu venho de longe, venho de tabuna Jogo Capoeira, meu nome e Suassuna
(coro)
E sou eu, sou eu
Quem vem lá (coro)
Mais sou eu quem vem vindo
(coro)
E montando a cavalo
(coro)
fumando um charuto
MESTRE DOS MESTRES
Autor: Mestre Camisa
Manoel dos Reis Machado (Bis)
Foi embora e nos deixou
Deus lhe ponha em bom lugar
Pois é merecedor
Foi o rei da capoeira
Foi ele que me ensinou
Ele foi mestre dos mestres
Meu mestre que Deus lavou
Se não joga mais na terra
Pode lá no céu jogar
Com Traíra e Besouro
Aberrê e Valdemar
Ele foi rei aqui na terra
E hoje é rei em outro lugar
Camará
Iê Viva meu Mestre
Iê Viva meu Mestre Camará (Coro)
Iê que me ensinou
Iê que me ensinou Camará (Coro)
Iê a Capoeira
Iê a Capoeira Camará (Coro)
Iê Viva a Bahia
Iê Viva a Bahia Camará (Coro)
Iê dá volta ao mundo
Iê dá volta ao mundo Camará (Coro)
OI MENINO AVISA SEU PATRÃO
O menino avisa a seu patrão
Que a onça pegou o boi
Na descida do grotão
O menino avisa a seu patrão (Coro)
Que a onça pegou o boi (Coro)
Na descida do grotão (Coro)
A onça pintada é valente e traiçoeira
Pegou o boi malhado
No meio da capoeira
O menino avisa a seu patrão (Coro)
Que a onça pegou o boi (Coro)
Na descida do grotão (Coro)
O patrão está chorando com razão
Que está sentindo a falta
Do malhado campeão
O menino avisa a seu patrão (Coro)
Que a onça pegou o boi (Coro)
Na descida do grotão (Coro)
NÃO BAMBEIA
MESTRE NATANAEL
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia,
entrou na roda capoeira não bambeia
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia
Entrou na roda capoeira não bambeia (bis)
É no pé, é na mão, é na raça capoeira chegou meu irmão
Se tu entra na roda com ele, ele vai te botar no chão
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia,
entrou na roda capoeira não bambeia
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia
Entrou na roda capoeira não bambeia (bis)
É daqui, é dali, é de lá capoeira acabou de
Oi não brinca com ele seu moço quando ele não quer brincar
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia entrou na roda capoeira não bambeia
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia
Entrou na roda capoeira não bambeia (bis)
Menino preste atenção no que eu tenho pra te falar
Quando tu começou na luta eu já sabia ensinar
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia, entrou na roda capoeira não bambeia
Oi não bambeia, não bambeia, não bambeia
Entrou na roda capoeira não bambeia (bis)
SALVE O MESTRE BIMBA
Salve salve, salve, salve o Mestre Bimba,
Pra jogar a capoeira,Tem que ter cabeça fria.
Salve salve, salve, salve o Mestre Bimba,
Pra jogar a capoeira,Tem que ter cabeça fria.
Salve salve, salve, salve o Mestre Bimba,
Capoeira lá de Brotas,
Mestre Bimba era alegria.Salve salve, salve, salve o Mestre Bimba,
Salve o Mestre que me ensinou,
A jogar Santa Maria.
Salve salve, salve, salve o Mestre Bimba,
tem batuque, tem Benguela,e também Santa Maria.
AÍ, AI, AI, AI, DOUTOR
Ai, ai, ai, ai, doutor,Velejando no mar eu vou, eu vou
Ai, ai, ai, ai, doutor,Navegando no mar eu vou eu vou,
Ai, ai, ai, ai, doutor,Berimbau tá tocando, E a roda formando,
Eu sou capoeira,Me chama que eu vou.
Ai, ai, ai, ai, doutor,Velejando no mar eu vou, eu vou
Ai, ai, ai, ai, doutor,Navegando no mar eu vou eu vou,
Ê BERIMBAU, EÊ, BERIMBAUÊ
berimbau, eê berimbau
Ê berimbau, eê berimbau
A cabaça, um arame, um pedaço de pau, como é gostoso tocar berimbau
Ê berimbau, eê berimbau
Ê berimbau, eê berimbau
Ê berimbau, eê berimbau
A cabaça, um arame, um pedaço de pau, como é gostoso tocar berimbau
Ê berimbau, eê berimbau
BANDA DE COSTAS, TOMBO NA LADEIRA
Banda de costas tombo na ladeira,
Segura moço que esse tombo é capoeira.
Banda de costas tombo na ladeira,
Segura moço que esse tombo é capoeira.
A quanto tempo que eu não vejo um floreio,
E um jogo ligeiro, só termina em agarrão.
Agora é moda o capoeira puxar peso,
Diz que é pra perder o medo, e finalizar no chão.
Banda de costas tombo na ladeira,
Segura moço que esse tombo é capoeira.
Banda de costas tombo na ladeira,
Segura moço que esse tombo é capoeira.
Banda de costas tombo na ladeira,
Segura moço que esse tombo é capoeira.
MAS SE CHOREI, CHOREI POR ELA
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
Essa mulher muito valia em minha vida,
Hoje ela é uma sofrida,
porque sempre me chutou,
E eu cansado, de levar tapa na cara,
dessa nega descarada,
que um dia me beijou,
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
Pois o seu nome, esta gravado em minha mente,
Uma história era recente, hoje já se apagou,
Mas e agora o que interessa na minha vida,
É curar essa ferida que a nega me deixou
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
Mas só que um dia quando isso se acabar
A nega vai se lembrar de tudo que ela me fez,
Ai então,vou dar a volta por cima,
Vou mostrar pra essa menina,
Que o encanto se desfez.
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
Mas se chorei, chorei por ela,
Ela de nada me adiantou.
FOI NO CLARÃO DA LUA
Foi.....Foi no clarão da Lua,
Que eu vi acontecer.
Num vale tudo com jiu-jitsu,
O capoeira vencer., mas foi.Foi.....
Foi no clarão da Lua,
Que eu vi acontecer.
Num vale tudo com jiu-jitsu,
O capoeira vencer.
Deu armada, e deu rasteira,
Meia lua e a ponteira,
Logo no primeiro round,
Venceu o capoeira,
Em baixo do ring,
Mestre Mintirinha vibrava,
Tocando seu berimbal,
Enquanto a todo mundo cantava. Foi.....
Foi no clarão da Lua,
Que eu vi acontecer
.Num vale tudo com jiu-jitsu,
O capoeira vencer.Foi.....
TAMANDUÁ COMO VAI CORO
tamanduá como vai coroa,
Tamanduá, como vai coroa.
Tamanduá como vai coroa,
Tamanduá, como vai coroa(coro)
.Tamanduá como vai coroa
,Todo mundo numa boa.
(coro)
Tamanduá como vai coroa,
Tamanduá, como vai coroa.
(coro)
Tamanduá como vai coroa,A omeu mestre numa boa.
Tamanduá como vai coroa,
Tamanduá, como vai coroa.
QUEM NUNCA CAIU,
NA RODA DE CAPOEIRA
Quem nunca caiu, na roda de capoeira,
Não sabe o valor da queda,
Pensa só que é brincadeira.(coro)
Eu já caí,
Mas agora estou de pé,
Pronto pra cair de novo,
Pro que der e o que vier.
Quem nunca caiu,
Na roda de capoeira,
Não sabe o valor da queda,
Pensa só que é brincadeira..(coro)
Dei uma armada,
E depois uma rasteira,
Moleque saltou de banda.
Ele é bom de capoeira.
Quem nunca caiu,
Na roda de capoeira,
Não sabe o valor da queda,
Pensa só que é brincadeira.(coro)
.Que vida engraçada,
Cheia de desilusão,
Hoje ele joga muito,
Amanhã está no chão.
Quem nunca caiu,
Na roda de capoeira,
Não sabe o valor da queda,
Pensa só que é brincadeira.(coro)
Quem nunca caiu
Na roda de capoeira,
Não sabe o valor da queda,
Pensa só que é brincadeira.
SALVE A ILHA DE MARÉ
Salve a Ilha de Maré,
Salve São Salvador,
Salve a Ilha de Maré
,Salve São Salvador,
Salve o Mestre Bimba,
Que a Regional criou,
Salve a Ilha de Maré,
Salve São Salvador,
Salve o mestre Pastinha,
Que a mandinga deixou.
Salve a Ilha de Maré,
Salve São Salvador,
PRA LAVAR MINHA ROUPA NÃO TEM SABÃO.
Pra lavar minha roupa não tem sabão,
O não tem sabão, colega não
Pra lavar minha roupa não tem sabão,
O não tem sabão, colega não
Pra lavar minha roupa não tem sabão,
O não tem sabão, dinheiro não
Pra lavar minha roupa não tem sabão,
O não tem sabão, colega não
Pra lavar minha roupa não tem sabão,
O não tem sabão, dinheiro não
NO BALANÇO, É NO BALANCIÁ.
É no balanço, é no balancié,
É no balanço, é no balanciá,
É no balanço, é no balancié,
É no balanço, é no balanciá,
E capoeira filhos de aruanda, C
hegou foi na roda pra jogar.
É no balanço, é no balancié,
É no balanço, é no balanciá,
E minha vida é capoeira,
Escuta que eu vou dizer,
Meia lua e rasteira,
Olha rabo de arraia,
Pra si defender.
É no balanço, é no balancié,
É no balanço, é no balanciá,
E minha vida é capoeira,
Escuta que eu vou falar,
Meia lua e rasteira,
Olha rabo de arraia,Pra pegar..
É no balanço, é no balancié,
É no balanço, é no balanciá,
MEU AMOR DISSE VAMOS EMBORAO
meu amor disse vamos se embora,
Olha vamos se embora,
Se embora meu bem,
Vamos a pé,Vamos de ônibus,Ou vamos nos no balanço do trem.
Tenênêm, tenênêm, tenênêm,
Vamos nos no balanço do trem
Tenênêm, tenênêm, tenênêm,
Vamos nos no balanço do trem
Tenênêm, tenênêm, tenênêm,
O meu amor disse vamos se embora,
Olha vamos se embora, Se embora meu bem,
Vamos a pé,Vamos de ônibus,Ou vamos nos no balanço do trem.
Tenênêm, tenênêm, tenênêm,
Vamos nos no balanço do trem
CAPOEIRA SIM, SIM, SIM, CAPOEIRA MEU AMOR.
Capoeira, sim, sim, sim,
Capoeira, meu amor,
Capoeira, sim, sim, sim,
Capoeira, meu amor,
Capoeira da Bahia,Capital de Salvador,
Capoeira.sim, sim, sim,
Capoeirameu amor,
Hoje sou um grande aluno,
Pra amanhã ser professor
Capoeira.sim, sim, sim,
Capoeirameu amor,
E eu nunca fugi da roda,
Meu amigo eu não fujo não senhor.
Capoeira.sim, sim, sim,
Capoeirameu amor.
Mas porque sou um capoeira,
Um capoeira de valor.
Capoeira.sim, sim, sim
,Capoeirameu amor.
Capoeira.sim, sim, sim,
Capoeirameu amor.
Capoeira.sim, sim, sim,
Capoeirameu amo
LÁ VAI VIOLA
Tin tin tin, lá vai viola
Viola meu bem, viola
Tin tin tin, lá vai viola (coro)
Lá vai viola, viola
Tin tin tin, lá vai viola (coro)
Viola meu bem, viola
CAPOEIRA É DEFESA É ATAQUE
Capoeira é
Defesa, ataque, ginga de corpo, malandragem (coro)
Capoeira é
Defesa, ataque, ginga de corpo, malandragem (coro)
O NEGO DA LAPA
O nego da lapa ê, o nego da lapa-a
O nego da lapa ê, o nego da lapa-a (coro)
O nego da lapa ê, o nego da lapa-a
O nego da lapa ê, o nego da lapa-a (coro)
VIM DA BAHIA
Quando meu amor me deixou
Magoou, magoou, meu coração
Chorei de saudade, chorei de paixão.
Vim lá da Bahia pra lhe ver, vim lá da Bahia pra lhe ver
Vim da Bahia pra lhe ver, pra lhe ver,
Pra lhe ver, pra lhe ver, pra lhe ver.
Vim lá da Bahia pra lhe ver, vim lá da Bahia pra lhe ver (coro)
Vim lá da Bahia pra lhe ver, pra lhe ver, pra lhe ver..., (coro)
Pra lhe ver, pra lhe ver, pra lhe ver.
pra lhe ver, pra lhe ver (coro)
Pra lhe ver, pra lhe ver,
pra lhe ver, pra lhe ver, pra lhe ver.
ANGOLA Ê
Angola ê-e-e, angola á-a-a
Meu berimbau tá me chamando pra jogar.
Angola ê-e-e, angola á-a-a (coro)
Meu berimbau tá me chamando pra jogar.
Angola ê-e-e, angola á-a-a
PÁRA A RODA CAPOEIRA
Para a roda, capoeira
Para, vai ter que parar.
Eu não paro, eu já disse que não
Eu só paro essa roda se o meste mandar (olha ê)
Para a roda, capoeira (coro)
Para, vai ter que parar. (coro)
Eu não paro, eu já disse que não (coro)
Eu só paro essa roda se o meste mandar (coro)
Eu jogo capoeira aqui em qualquer lugar
O meu mestre foi seu Bimba, criador da regional (eu falei)
Para a roda, capoeira, ..... (coro)
Tu não me agarre, faça um jogo legal
Isso não é jiu-jitsu, isso aqui é regional
Para a roda, capoeira, ..... (coro)
Mestre Bimba não morreu, isso é muito natural,
Ele tá em qualquer roda, se o jogo é regional
Para a roda, capoeira, .....
BOM JESUS DA LAPA
Bom Jesus da Lapa ê, Bom Jesus da Lapa á
Bom Jesus da Lapa ê, Bom Jesus da Lapa á (coro)
ABALOU CAPOEIRA
Abalou capoeira, abalou
Abalou a desabalar
Abalou capoeira, abalou (coro)
Abalou a desabalar (coro)
CAPOEIRA TEM MANDINGA
Capoeira tem mandinga, capoeira tem axé,
Capoeira luta nossa, capoeira o quê que é?
Capoeira tem mandinga, capoeira tem axé, (coro)
Capoeira luta nossa, capoeira o quê que é? (coro)
DONA MARIA COMO VAI VOCÊ?
Vai você, vai você (coro)
Dona Maria como vai você?
Vai você, vai você (coro)
Jogar bonito que eu quero ver.
Vai você, vai você (coro)
Dona Maria como vai vo(mi)cê?
Vai você, vai você (coro)
Jogar bonito que quero aprender
Vai você, vai você (coro)
MARINHEIRO SÓ
Eu não sou daqui
Marinheiro só (coro)
Eu não tenho amor
Marinheiro só (coro)
Eu sou da Bahia
Marinheiro só (coro)
De São Salvador
Ö marinheiro, marinheiro
Marinheiro só (coro)
Quem te ensinou a nadar?
Marinheiro só (coro)
Foi um tombo do navio?
Marinheiro só (coro)
Ou foi um balanço do mar?
Marinheiro só (coro)
Ö lá vem lá vem
Marinheiro só (coro)
Lá vem ele vindo
Marinheiro só (coro)
Tudo de branco
Marinheiro só (coro)
Com seu bonezinho
Marinheiro só (coro)
AXÉ
Axé, axé (coro)
Tocar berimbau é muito axé
Axé, axé (coro)
Tocar pandeiro é muito axé
Axé, axé (coro)
Jogar capoeira é muito axé
Axé, axé (coro)
Jogar na Finlândia tem muito axé
Axé, axé (coro)
TEM DENDÊ
Tem dendê, tem dendê,
Capoeira tem dendê)
(coro)
Esse jogo tem dendê
(coro)
filhos de Aruanda tem dendê
(coro)
A capoeira tem dendê
(coro)
(coro) pica-pau tem dendê
(coro)
Mester Natanel tem dendê
(coro)
GINGA LEGAL
Ginga legal, ginga legal ginga legal,
Capoeira é ginga legal
Ginga legal, ginga legal ginga legal, (coro)
Capoeira é ginga legal (coro)
ADEUS
Adeus, adeus
Boa viagem (coro)
Eu vou mimbora
Boa viagem (coro)
Eu vou pro deus
Boa viagem (coro)
Nossa senhora
Boa viagem (coro)
Adeus
Boa viagem (coro)
Adeus, adeus
Boa viagem (coro)
Eu vou mimbora
Boa viagem (coro)
Nossa senhora
Boa viagem (coro)
VAMOS EMBORA
Vamos embora ê
Vamos embora, camará
Vamos embora ê (coro)
Vamos embora, camará (coro)
QUEM JOGOU, JOGOU
Quem jogou, jogou
Quem não jogou, não joga mais
Quem jogou, jogou (coro)
Quem não jogou, não joga mais (coro)
PERERE
Foi meu avo que me disse Que foi na Bahia ele viu na ribeira O moleque de uma perna só Que gingava pulava e dava rasteira Cabeçada, rabo de arraia, martelo cruzado Não era brincadeira Foi ai que eu acreditei Ele viu foi Saci jogando Capoeira Pererê Pererê Pererê Moleque Saci não era brincadeira Pererê Pererê Pererê Meu avo que me disse ele não diz besteira Pererê Pererê Pererê
TUM TUM TUM CAPOEIRA NO CÉU VOU JOGAR
Tum tum tum tum
Capoeira no céu vou jogar
Tum tum tum tum
Capoeira no céu vou jogar
Já joguei com seu Pastinha
Já joguei com Mestre Bimba
Já joguei com Lampião
Tum tum tum tum
Capoeira no céu vou jogar
Tum tum tum tum
Capoeira no céu vou jogar
Já joguei na ribeira
Já joguei na Arari
Já joguei na Conceição
Tum tum tum tum
Capoeira no céu vou jogar
DIA DE FESTA
Mas hoje é dia de festa
Já falei que não vou me importar
Se o Batuque não sai como eu gosto
Se a morena não vai me olhar
Hoje eu quero jogar capoeira
Ver mandinga pra lá e pra cá
Essa dança essa luta guerreira
Faz meu corpo arrepiar
Brincadeira....Brincadeira, mandinga
No molejo do corpoVou mandingar(Coro)
BAHIA AXÉ
Que bom
Estar com vocês
Aqui nesta roda
Com este conjunto (Coro repete)
Bahia axé, axé Bahia
Bahia axé, axé Bahia(Coro repete)
O vento
Que sopra tão lindo
sobre os coqueiraisIsso é demais
Io ioioioiooIoioiooIoioioo
E E E CAPOEIRA É DO POVO É DA GENTE
Capoeira é manha de preto velho
Nascido no tempo da escravidão
Capoeira levou a raça negra
Ao caminho de sua libertação
Eu vou dizer a você
do fundo do coração
Essa luta essa dança brasileira
Faz meu corpo vibrar de emoção
De Nova Yorque ao México
Do Rio de Janeiro até o Japão
É no toque do berimbau viola
Seja São bento grande ou angola
Deixa o corpo rolar normalmente
Ê êêCapoeira é do povo é da gente
Ê êêQue jeito de lutar diferente
ONÇA PINTADA
Onça pintada
Matrinxã e mico estrela
Já descobriram o que é a capoeira(Coro)
Oi Mestre Bimba que saiu de Salvador
Prá ensinar no centro-oeste
Capoeira aqui criou
Ensinou armada meia-lua e rasteira
Galopante e pontapé e o tombo da ladeira
(Coro)
A capoeira não é mato nem cerrado
É uma luta de bailado
É uma dança guerreira
(Coro)
Lobo guará, jacaré se entristeceu
Quando ouviram lá na mata
Que seu Bimba faleceu
(Coro)
Oi Mestre Bimba
Que está num bom lugar
Tá alegre e satisfeito
Com toda capoeira
CAPITÃO DO MATO
Eu vou fugir
Eu vou capitão do mato(coro 2x)
Minhas mãos tão calejadas
Minha alma está cansada
Já não aguento esse lugar
O Quilombo dos Palmares
Ajude a me curar
(Coro)
Se em mim não tinha riqueza
Conheci fome e tristeza
E o chicote a me espancar
Vou prá perto de Zumbi
Ele está a me esperar
FESTA DA PENHA
Quatro domingos de outubro
Quatro domingos de outubro
Tem festa na padroeira
Tem camelô vendendo argola
Tem beata rezadeira
E no meio da pracinha
Tem roda de capoeira
Pau pau, madeira pra lenha
São quatro domingos de roda na Penha (coro)
Pau pau, madeira pra lenha
Vem chegando a roda da Penha
Quando chega o mês de outubro
Você tem que preparar
Reza pro santoAcende vela
Pra poder ir lá jogar
Coro
Vem gente pagar promessa
Vem gente prá passear
Eu que sou capoeirista
Vou pra roda jogar
Pau pau, madeira pra lenha
Quatro domingos de roda na Penha
MÃINHA
Ê Mãinha
É madrugada eu vou pro mar
Navegando pro horizonte
oi nesse imenso mar
(coro repete tudo)
É maré cheia Tempestade sem parar
Peço a Deus que me proteja
Do mistério desse mar
Coro repete tudo
Pelo a Deus que me proteja
Do mistério desse mar
O mandingueiro
Que chegou de velejar
Pede licença pro Mestre
Reza prá seu Oxalá
A roda já está formada
O jogo vai começar
Coro
Navegando pro horizonteNos misterios desse mar
Nome do Pai coro
Berimbau chama prá jogar
Roda pião de cabeça
Rasteira prá derrubar
Meia-lua e cabeçada
Você tem que mandinga
VALDEMAR DO PERO VAZ
Eu mandei
Um recado lá pro céu
Pedindo a nosso senhor
Que olhasse ao chegar
Que recebesse com glória
Nosso Mestre Waldemar
A roda deve estar pronta
Pra quando ele chegar
Dê-lhe um berimbau vozeiro
E por favor deixe-o cantar
Diga lá menino velho
Como lá na Pero Vaz
Na Bahia de outrora
De seus tempos de rapaz
Lá se foi Pastinha e Bimba
E Besouro Mangangá
Deus achou que era hora
De levar seu Waldemar
Atenção capoeiristas
Não é hora pra chorar
Feche os olhos e imagine
A roda vai começar, camará
Ê viva meu mestre...
UMA VEZ PERGUNTEI A SEU PASTINHA
Uma vez, perguntei a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho respeitado,
Ficou um tempo calado,
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma,
Em forma de ladainha:
A capoeira
É um jogo, é um brinquedo,
É se respeitar o medo,
É dosar bem a coragem
É uma luta,
É manha de mandingueiro,
É o vento no veleiro,
Um lamento na senzala
É um berimbau bem tocado,
É um corpo arrepiado,
Um sorriso de menininho
A capoeira
É o vôo de um passarinho,
O bote da cobra coral...
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo,
É sorrir para o inimigo
E apertar a sua mão
A capoeeeeeeira
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo,
É se levantar do tombo
Antes de chegar ao chão
É o ódio,
É a esperança que nasce,
Um tapa sutil na face
Que foi arder no coração
Enfim,
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
A capoeira
É um barco pequenino
Solto nas ondas do mar...
(coro)
Solto nas ondas do mar,
Solto nas ondas do mar...
É um peixe, é um peixinho,
Solto nas ondas do mar...
(coro)
Solto nas ondas do mar,
Solto nas ondas do mar
FOI NO SAMBA DE RODA
Foi no samba de roda ,que eu vi minha nega chorar
Perguntei ,o que foi minha preta
Agora você vai me falar
E ela com muita emoção
chegou bem pertinho para me falar
Hoje sonhei com capoeira
Jogada bonita na beira do mar
SONHEI EU FUI SONHAR
Sonhei.eu fui sonhar
Capoeira na beira do mar*
Joguei eu fui jogar
Capoeira na beira do mar*
O balanço de coco na beira do mar (bis)
Se o coqueiro e a baiana balançar (bis)
E la vou eu,la vou eu e La vou eu
Vou com as ondas do mar (bis)
Vou jogar capoeira na beira do mar(bis)
O coqueiro e a baiana balançar (bis)
EMBOLE EMBOLE
Eu já le disse que não bolice
Com um tocador de berimbau de dona Alice
(bis)
Embole,embole
O minha nega
Embole,embole que eu também quero embolar
(bis)
Embolee...Bolee...
Embolee...Bolaa...
(bis)
Eu já le disse que não bolice
Com tocador de berimbau de dona Alice
(bis)
Embolee...Bolee...
Embolee...Bolaa...
(bis)
ESSE GUNGA É MEU
Eu fui na mata de sinha
Eu fui na mata de sinha colega velho
E esqueci meu gunga lá
Então voltei para pegar
Mas na chegada da mata
Encontrei um nego forte
Com o meu gunga na mão
Eu pedi para me entregar
Ele não entrego não
Me chamou para jogar
A capoeira regional
Então le respondi, dizendo desta maneira
Esse gunga e meu e de boa madeira *
Me entrega esse gunga de qualquer maneira
(bis)
Então vamos jogar capoeira
(coro)
Olha jogo no mato também na ribeira
(coro)
Me entrega esse gunga de qualquer maneira
(coro)
En tão vamos jogar capoeira
A MORTE DE MESTRE PASTINHA
Aconteceu
Até hoje eu me lembro
Foi num dia de novembro
Mestre Pastinha morreu
Mais para ele ,a morte fio a alforria
Que o livrou dessa agonia, do mundo que ele vivia
De tristeza e solidão
É triste eu sei
Chora fraco, chora bruto
Capoeira está de luto
Pois perdeu seu guardião
Adeus Pastinha, pra deus eu levo uma prece
Pois se que você merece
Vá com deus descanse em paz
Na capoeira, teve fama, teve glória
Seu nome foi pra história
Não te esquecerei jamais, camaradinha
Viva meu deus
Eee...Viva meu deus camará
A MORTE DE MESTRE BIMBA
Hoje eu canto um lamento
Hoje eu canto um lamento
Com uma dor no coração
Sino um desgosto profundo
Por tamanha ingratidão
Ele foi amante dessa arte
Cujo o nome capoeira
Praticado nas senzalas
Beira de práia e nas ladeiras
Mais o destino foi cruel
Com o mestre considerado
Foi embora da Bahia
Solitário e amargurado
Morreu longe da sua terra
Manoel dos Reis Machado
Que foi discípulo de Bentinho
De mestre Bimba foi chamando
Criador da regional
Angoleiro respeitado
Nas rodas de capoeira
Seu nome será lembrado
MESTRE BIMBA MUITO OBRIGADO
Mestre Bimba muito obrigado
Pela capoeira eu saber jogar *
Pelo "AU" pelo "S dobrado"
Pela capoeira eu saber jogar*
Seu Pastinha muito obrigado
Pela capoeira eu saber jogar*
A senzala muito obrigado
Pela capoeira eu saber jogar*
SOU CAPOEIRA
So capoeira dez de minininho* (bis)
Dez de que meu pai falava capoeira meu minino* (bis)
E eu gingava,eu soltava "meia lua"
Eu plantava "bananeira"ate no meio da rua* (bis)
O MEU PAI SEMPRE DIZIA
O meu pai sempre dizia
Que mulher matava homem
O meu pai sempre dizia
Que mulher matava homem
Agora acabei de ver
Quando não mata consome
Agora acabei de ver
Quando não mata consome
VOCÊ QUE É FORTE
Você que é forte
E só pensa em pegar peso
Quero ver entrar na roda
E mostrar que è mandingueiro
Você que é forte
E só pensa em pegar peso
Quero ver entrar na roda
E mostrar que é mandingueiro
Seu jogo não tem mandinga
Seu jogo não tem molejo
Quando é jogo bonito
Tu não faz nenhum floreio
Você que é forte
E só pensa em pegar peso
Quero ver entrar na roda
E mostrar que é mandingueiro
Mas quando o jogo aperta
Tu fica sem reação
Parte logo pra danar
Pra joga o outro no chão
Você que é forte
E só pensa em pegar peso
Quero ver entrar na roda
E mostrar que é mandingueiro
E no jogo de Angola
Você é a negação
voce tem o corpo duro não sabe joga no chão
Você que é forte
E só pensa em pegar peso
Quero ver entrar na roda
E mostrar que é mandingueiro
VOU CONTAR MINHA HISTÓRIA
Vou contar minha história
Com uma dor no coração
O aluno folou de mim
Foi uma grande ingratidão
Sei que tú fala de mim
Sei que você também falou
Que eu não jogo capoeira
Anu não canta em gaiola
Nem bem dentro nem bem fora
Vai cantar no formigueiro
Quando vê formiga fora
CAPOEIRA PRÁ ESTRANGEIRO, MEU IRMÃO
Capoeira prá estrangeiro,
meu irmão,
É mato
Capoeira brasileira,
meu compadre,
é de matar
Capoeira prá estrangeiro,
meu irmão,
É mato
Capoeira brasileira,
meu compadre
,é de matar
Berimbau tá chamando
É a roda formando
Vai se benzendo prá entrar
O toque é de Angola,
São Bento Pequeno,
Cavalaria, Iúna
A mandinga do jogo
O molejo da esquiva
É prá não cochilar
Capoeira é ligeira
Ela é brasileira
Ela é de matar
Capoeira é ligeira
Ela é brasileira
Ela é de matar
Capoeira prá estrangeiro,
meu irmão,
É mato
Capoeira brasileira,
meu compadre,
é de matar
Capoeira prá estrangeiro
, meu irmão,
É mato
Capoeira brasileira,
meu compadre,
é de matar
Olha o rabo de arraia
Olha aí a ponteira
E a meia lua prá matar
O mortal e o aú
O macaco e a rasteira
E o arastão prá derrubar
Galopante faceiro
Vai se preparando pra voar
Capoeira é ligeira
Ela é brasileira
Ela é de matar
Capoeira é ligeira
Ela é brasileiraEla
é de matar
O, MEU MANO
O, meu mano.o que foi que tu viu lá
Eu vi capoeira matando
Ora meu deus, Também vi maculelê
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Mas sou discípulo que aprendo
E mestre que dá lição
Na roda de capoeira
Nunca dei meu golpe em vão
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
É Manuel dos Reis MachadoEle é fenomenal
Ele é o Mestre Bimba
Criador da Regional
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Ei capoeira é luta nossa
Da era colonial
E nasceu foi na Bahia aAngola e Regional
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
No dia que eu amanheço
Danado da minha vida
Planto cana descascada
Com seis dias tá nascida
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São SalvadorCapoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
É jogo de liberdadeJogo de libertação
Praticado na Senzala
No tempo da escravidão
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Capoeira!
É jogo praticado na terra de São Salvador
Jogo de muita mandinga
Do escravo sofredor
Que queria se livrar
Do chicote do feitor
QUANDO O MEU MESTRE SE FOI
Quando o meu mestre se foiToda a Bahia chorou
Iaia ioio Iaia ioio iaia ioio (coro)
Oi menino comigo aprendeu (2x)
Aprendeu a jogar capoeira aprendeu
Quem me ensinou já morreu (2x)
O seu nome esta gravado
Na terra onde ele nasceu
Salve o mestre BimbaA Bahia de Maré
Salve o mestre que me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaia ioio Iaia ioio iaia ioio (coro)
Mandingueiro Venho de Malévolência
Era ligeiro o meu mestre
Que jogava conforme a cadência
No bater do berimbau
Salve o mestre Bimba
Criador da regionalSalve o mestre Bimba
Iaia ioio Iaia ioio iaia ioio (coro)
Aprendeu meia-lua aprendeu
Oi martelo, rabo-de-arraia
Jogava no pé da ladeira
Muitas vezes na beira da praia
Salve São Salvador
A Bahia de Maré
Salve o mestre que me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaia ioio Iaia ioio iaia ioio (coro)
Quando meu mestre se foi
Toda a Bahia chorou
Iaia ioio Iaia ioio iaia ioio (coro)
MINHA MENINA
autor : Instrutor Pica-pau
Certa vez olha um capoeira se apaixonou por uma menina
Os seus olhos eram azuis e seu rosto de uma menina
Pra Bahia ele teve que ir embora
E de saudade ele quase morreu
Mais o rosto daquela menina
Ele jamais se esqueceu
E ele disse que aqui voltaria e pra ela ele iria dizer
te amo minha menina “coro”
olha minha menina - minha meniná
coro
olha entra na roda e vamos jogar
MENINA QUE OS OLHOS CANDEIAM
autor : Instrutor Pica-pau
Oi menina que os olhos candeiam
Oi menina que os olhos candeiam
Me diga porque você veio
Que eu te direi quem eu sou
Olha eu sou um capoeira
Um capoeira carente de amor
Quando você chegou
Com seu olhar de feiticeira
De feiticeira que me enfeitiçou
Mas eu tinha meu corpo fechado
Com seu olhar meu encanto quebrou
Mas olha eu sou um capoeira
E ei muito bem quem eu sou
“Coro” Ai ai ai Ide
olha eu me apaixonei
coro
olha joga bonito que eu quero aprender
coro ...........
DIA 11 DE AGOSTO
autor : Instrutor Pica-pau
Dia 11 de agosto
Dia 11 de agosto
Dia de comemorar
Eu pego meu berimbau
E começo a tocar
Sou guerreiro tenho fé
Ninguém vai me derrubar
Eu sou Filhos de Aruanda
Eu cheguei foi pra ficar
Sou guerreiro tenho fé
Sou Filhos de Aruanda
“coro” oioiooo oi iaiaaa
oioiooo oi iaiaaaa
Tem gente falando mau
Tão falando sem saber
Eu não sei se é por inveja
Ou não Ter o que fazer
Mas isso não me ofende
Vou lutando pra crescer
Coro
SOU FILHOS DE ARUANDA
autor : Instrutor Pica-pau
La em baixo dos coqueiros das praias de são salvador
Vou jogara capoeira que meu mestre me ensinou
O meu mestre é das antigas
Negro velho respeitado
Eu sou Filhos de Aruanda
Vou mandando meu recado
“coro” sou Filhos de Aruanda
To falando pra você
Coro
Jogo bonito de se ver
Coro
Vou cantando com alegria
Coro
Dia e noite, noite e dia
É por isso que eu canto com muita dedicação
este grupo é uma família é um grupo de irmão “coro”
SAMBA NA PONTA DO PÉ
(samba de roda)
autor : Instrutor Pica-pau
Samba na ponta do pé
Samba na ponta do pé
Samba na ponta do pé
Não importa se é homem
Ou mulher
“Coro repete tudo”
GIRA GIRA
(samba de roda)
autor : Instrutor Pica-pau
Vai, vai, vai – vai até chão
Gira, gira, gira – gira igual pião
“Coro repete tudo”
CADÊ O CAPOEIRA
(samba de roda)
autor : Instrutor Pica-pau
Cadê o capoeira, cadê o capoeira
Cadê o capoeira eu não vi ele samba
“coro repete tudo”
SAMBA EEE SAMBÁ
(samba de roda)
autor : Instrutor Pica-pau
Samba eee sambá “coro”
Samba ai que eu quero vê
Coro
Samba eu samba você
Coro
Samba pica-pau que eu quero vê
Coro
Samba meu mestre que eu quero aprender
PULA POR CIMA DO PAU O PIAVA
Pula por cima do pau o piava
Que a maré tá cheia “coro”
MACULELÊ A.C.F.A
(maculelê)
autor : Instrutor Pica-pau
Não me importa com a chuva
Se ela pode me molhar
Vou fazer maculelê
Até o dia clarear
Vou fazer maculelê
Sou Filho de Aruanda “coro”
Vou fazer maculelê
Coro
Vou fazer maulelê
Coro
Cata ee cantá
Coro
Dança ee dançá
Coro
E como é que é
Coro
Vou fazer maculelê
Coro
NA FESTA DA CONCEIÇÃO
(maculelê)1ª parte
autor : Instrutor Pica-pau
Foi na Bahia na festa da Conceição
(coro repete)
quando o povo saia, saia em devoção
(coro repete)
Oi batendo a suas grimas, batendo o seu facão
(coro repete)
Maculelê, maculelê “coro’
Maculelê é festa de tradição
Coro
Maculelê mexe com meu coração
Coro
Maculelê é brincadeira de irmão
Coro
Maculelê é dança de tradição
PEGA A MENINA PELA MÃO
(samba de roda)
autor : Instrutor Pica-pau
Pega a menina plela mão e leva pra roda pra samba “coro repete tudo”
Samba lele, samba lala “coro
Filhos de Aruanda acabou de chegar
Coro
Filhos de Aruanda chegou pra abalar
Coro
Mas se é capoeira tem que samba
Coro
Mais ande muléque vem vadiar
OLHA EU VOU LHE DIZER
autor : Instrutor Pica-pau
Olha eu vou lhe dizer, olha eu vou lhe dizer esse grupo tem raiz esse grupo tem dendê “coro repete tudo”
Coro
Meu mestre é Natanael
isso eu posso afirmar
tocador de berimbau
Cantador igual não há
coro
Quando eu pego minha viola
e começo a tocar
vou lembrando de outrora
que saudade que me dá
coro
falo do filhos de aruanda
que um grupo de verdade
capoeira não é briga
é brincadeira e amizade
EU CONHEÇO ESTE OLHAR
Adaptação : Instrutor Pica-pau
Eu conheço este olhar
Eu conheço este olhar
Olhar de cobra coral
No sorriso a malandragem
Corpo forte agilidade
No braço a tatuagem
No pescoço o patuá
Pois você é capoeira
Não adianta me negar
Conheço não sei da onde
Espere que eu vou lembrar
Espere mais um momento
Que eu lhe digo da onde e também o lugar
Camugerê como tá, como tá
Camugerê “coro”
Como vai voismicê
Coro
Como vai a família
Coro
Eu vou bem e você
Coro..........
TÁ GUARDADO NA MEMÓRIA
autor : Instrutor Pica-pau
Mas esse grupo
Tá guardado na memória
Faz parte de uma história
E de uma geração
Que luta é essa
Que parece brincadeira
Ela é a capoeira
E mora no meu coração
E a amizade é uma coisa tão bonita
Que esse grupo tem de sobra amizade de irmão
“coro” Vem, vem, vem
Pro Filhos de Aruanda vem
Vem, vem, vem aprender capoeirá
Coro
Vem, vem, vem
eu quero ver você jogar
Coro
Vem, vem, vem
Eu quero ver você cantar
Coro
Vem, vem, vem olha vamos vadiar
Coro.........
NOITE DE LUA CHEIA
autor : Instrutor Pica-pau
É noite de lua cheia
É noite de lua cheia
Vou jogar a capoeira
Vou pra beira da praia
Vadiar lá na areia
Sou negro velho mandingueiro
Não caio em ratoeira
“coro” Oi laa, oi laa oi larauera era, era eraia
oi lareuera capoeira vou jogar
coro
oi larauera eu só quero vadiar
coro
oi larauera eu sou Filhos de Aruanda
coro...............
CHAPÉU DE PALHA
autor : Instrutor Pica-pau
Chapéu de palha
E um lenço no pescoço
Ele é um grande capoeira
Sandalha de couro
Jaleco de couro cru
Nas tardes de céu azul
Quando jogava na Bahia
No Pelorinho
Na ribeira e na ladeira
Com ponteira e rasteira
Muita gente derrubou
Mas que simpatia
Grande homem de valor
Cantando suas ladainhas
Esse mundo encantou
Esse é meu mestre (continua........)
E agradeço a deus do céu
Por colocar em meu caminho
O mestre Natanael
iee viva meu mestre
coro
iee Natanael
coro
O CAPOEIRA ELE É
autor : Instrutor Pica-pau
O capoeira ele é livre como o vento
Voa como um passarinho
E sua história
Canta em forma de um lamento
Mais também
Ele é um sonhador
Que aprecia a natureza
Como a beleza de uma flor
No seu sorriso
Ele traz a malandragem
Também tem muita coragem
Que fruto da escravidão
E a capoeira
Ela é como a natureza
Que tem muita beleza
Mais pouco lhe dão valor
Ela é também
Como uma estrela guia
Que ilumina noite e dia
O meu modo de viver
Iee viva meu deus
Coro
EU SÓ QUIS LHE AJUDAR
autor : Instrutor Pica-pau
Eu só quis lhe ajudar
Eu só quis lhe ajudar
E recebi em troca a traição
Sinto um desgosto profundo
Foi tamanha ingratidão
Como é que pode
Não dá pra acreditar
Lhe dei a mão
Você quis me derrubar
E até tentou
Roubar os meus alunos
E tomar o meu lugar
Vou lhe dizer
Vou lhe dizer colega velho
Que a vida não é assim
A traição e a inveja
Sempre tem um triste fim
Camaradinha
Coro
Iee vamos embora
Coro
Iee volta do mundo
Coro
Iee mundo da volta
PULA, PULA, PULÁ
autor : Instrutor Pica-pau
Menino tá confundindo
Menino tá confundindo
A roda de capoeira
Com a panela da Maria
Da Maria pipoqueira
Ela bota o milho na panela
O milho começa a pular
Moleque entra na roda
E não para pular “oiii”
Pula, pula, pulá “coro”
Mas não vejo fundamento
De angola ou regional
Coro
Moleque pula muito
Mas não sabe é jogar
Coro..........
EU SOU É BRASILEIRO
Minha mãe é brasileira
O meu pai é brasileiro
E o que é que eu sou
Eu sou é brasileiro (CORO)
E o que é que eu sou
Eu sou é brasileiro
Ô SINHÔ, DONO DA CASA, NÓS VIEMO AQUI LHE VÊ
Ô Sinhô, dono da casa,
nós viemo aqui lhe vê,
Viemo lhe perguntá,
como passa vosmicê
Ô Sinhô, dono da casa,
nós viemo aqui lhe vê,
Viemo lhe perguntá,
como passa vosmicê
Ê, como é seu nome
É maculele (coro)
Ê, de onde veio
(coro )
Lá de Santo Amaro
(coro)
EU SOU UM MENINO
Eu sou um menino
Minha mãe soube me educar
Quem anda em terras alheias
Pisa no chão devagar(CORO REPETE TUDO)
Eu vim pela mata eu vinha
Eu vim pela mata escura
Eu vi seu Maculelê
No clarear, no clarear da lua (coro)
Eu vim, pela mata eu vinha
Eu vim pela mata escura
Eu vi seu Maculelê
No clarear, no clarear da lua
ÊÊÊÊ, MAS I NA ORA Ê, I NA ORA Á
Êêêê, mas i na ora ê, i na ora á I na ora ê, sou de Angola
(coro)i na ora ê, i na ora ái na ora ê, sou de Angola
(mestre)i na ora ê, i na ora ái na ora ê, dá licença pr’ eu passar
(coro)i na ora ê, i na ora á i na ora ê, sou de Angola
TÊ, TÊ, TÊ, OLHA TÊ, TÊ Á,
Tê, tê, tê, olha tê, tê á,Tê, tê, tê, Bom Jesus de Mariá
(coro)
Eu vi a luta, eu tava láEu vi a luta, eu tava lá
Dois guerreiros se pegando dentro do canavial
(coro)
Lutava Maculelê na terra do Mangangá
Um gritava para o outro...Tumba ê caboclo
(coro) Tumba lá e cá
Ê tumba ê guerreiro
(coro) tumba lá e cá
Ê tumba ê Popó
(coro) tumba lá e cá
Ê não me deixe só
(coro) tumba lá e cá
Tumba ê caboclo
(coro)tumba lá e cá
Ê tumba ê Santo Amaro
(coro) tumba lá e cá
Ê tumba ê Popó
(coro) tumba lá e cá
Não me deixe só
(coro) tumba lá e cá
Certo dia na cabana um guerreiro
Certo dia na cabana um guerreiro
Foi atacado por uma tribo pra valê
Pegou dois paus, saiu de salto mortal
E gritou pula menino, que eu sou Maculelê
(coro repete)
Ê pula lá que eu pulo cá
(coro) Que eu sou Maculelê
Ê pula lá que eu quero vê
(coro) Que eu sou Maculelê
Ê pula eu pula você
(coro) Que eu sou Maculelê
Ê pula lá que eu quero vê
(coro) Que eu sou Maculelê
Eu dei um corte de facão na samambaia
Maculelê que é bom também não falha
(coro)
Quando eu vou me embora, olé
(coro) Todo mundo chora, olé
EU QUERIA TER DINHEIRO
Eu queria ter dinheiro
Para eu ir à Bahia
Pra fazer um desafio
Daquilo que eu não sabia
Mas, mas o tempo foi passando
Capoeira fui jogando
E um dia me formei
Mas sem amor e sem dinheiro
Resolvi bater pandeiro
Atabaque e berimbau
Sim, sim, sim,
Sim, sim, não
Capoeira é luta nossa
Quero ver nego no chão
Sim, sim, sim,
Sim, sim, não
Capoeira camará
É uma luta de irmão
TODA BAHIA CHOROU
Toda Bahia chorou
Toda Bahia chorou
No dia em que a capoeira de Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá foi quem o levou
Lá pras terras de Aruanda
Oiaia mas ninguém se conformou
Chorou general, menino,
Chorou mocinha, doutor
Preta velha, feiticeiro
Ai, meu Deus... e outros babalaôs
Berimbau tocou Iúna
O toque triste da morte
E a capoeira foi jogada
Ao som da triste canção
E não havia na Bahia
Ladainha sem esse refrão
Iê... vai lá menino
Mostra o que o mestre ensinou
Mostra o que arrancou da planta
Mas que a semente ficou
E se for bem cultivada
Vai dar bom fruto e bela flor
Iê... vai lá menino
Mostra o que o mestre ensinou
Mostra o que arrancou da planta
Mas que a semente ficou
E se for bem cultivada
Vai dar bom fruto e bela flor
DE GRÃO EM GRÃO
Pinto novo anuncia
Pinto novo anuncia
Galo estranho em meu terreiro
Ele come o meu milho
O meu milho é derradeiro
A galinha come
É com o bico no chão
Ela enche o papo
É de grão em grão
Você me deve mais respeito
Você me deve mais respeito
Essa é sua obrigação
O meu defeito não é ser preto
Nem tão pouco ser ladrão
A galinha come
É com o bico no chão
Ela enche o papo
É de grão em grão
A mulher e a galinha
São dois bichos interesseiros
A galinha pelo milho
E a mulher pelo dinheiro
AGORA SÓ EU E DEUS
E lá vou eu
Por esse mundo a fora
Não tem dia nem tem hora
Agora só eu e Deus
Viver sozinho
É a força do destino
Relembrar é só lembrança
No meu peito a esperança
De ter você
Novamente nos meus braços
Me abraçando e me beijando
Louca, louca me amando
Agora só eu e Deus...
Agora só eu e Deus...
MATARAM BESOURO
Essa noite eu tive um sonho
Essa noite eu tive um sonho
Com Besouro Magangá
Ele me falou menino
Tu precisa se cuidar
Tão te jogando mandinga
Cuidado pra não pegar
Tinha o corpo fechado
Ele me falou assim
Contra faca e navalha
Facão, foice e espadinha
Mas lá em Maracangalha
Tudo isso teve um fim
Mataram besouro de Maracangalha
Faca de tucum mandinga falha
Mataram besouro de Maracangalha
Em Maracangalha, em Maracangalha
Mataram besouro de Maracangalha
CAPOEIRA MATA UM
Olha eu vou contar
Quem quiser pode me ouvir
Quem quiser diga que não
Quem quiser diga que sim
Agradeço a escravidão
Quem quiser que ache asneira
Se não fosse o escravo
Não existia a capoeira
Zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum
Capoeira mata um
Cuidado com o preto velho
Ele pode machucar
No tempo da escravidão
Jogava o pé pro ar
Zum zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum
Capoeira mata um
O filho do meu patrão
Ia na escola pra estudar
E a caneta do escravo
Tava no canavial
A HISTÓRIA NOS ENGANA
A história nos engana
Diz tudo pelo contrário
Até diz que a abolição
Aconteceu no mês de maio
A prova dessa mentira
É que da miséria eu não saio
Viva a vinte de novembro
Momento pra se lembrar
Não vejo em treze de maio
Nada pra comemorar
Muitos tempos dse passaram
E o negro sempre a lutar
Zumbi é nosso herói
Zumbi é nosso herói
Dos Palmeres foi senhor
Pela causa do homem negro
Foi ele quem mais lutou
Apesar de toda luta
O negro não se libertou, camarada
Iê viva meu Deus...
PONHA LÁ VAQUEIRO
O vaqueiro de verdade
Não teme a morte e a fome
Não foge de emboscada
Nem treme na frente de homem
Vaqueiro de verdade
Não lança o laço de mão
Ele não se amarela em espinho
À mulher ele não nega carinho
E com Deus não nega oração
Ponha lá vaqueiro
Ponha o lenço de couro
Ponha lá vaqueiro
Na porteira do curral
Ponha lá vaqueiro
PISA NA LINHA, LEVANTA O BOI
Pisa na linha, levanta o boi
Levanta o meu boi do chão
Pisa na linha, levanta o boi
Levanta, levanta, levantá
Pisa na linha, levanta o boi
Minha mãe ta me chamando
Pisa na linha, levanta o boi
Quem toca pandeiro é homem
Pisa na linha, levanta o boi
Quem bate palma é mulher
Pisa na linha, levanta o boi
VOU ME EMBORA
Vou me embora, vou me embora
Vou me embora, está na hora
Vou me embora, vou me embora
Vou me embora pra Angola
Vou me embora, vou me embora
Vou me embora mundoa fora
Vou me embora, vou me embora
LÁ VAI, LÁ VAI O SOL
Lá vai, lá vai o sol
Por cima do morro, vai o sol
Lá vai, lá vai o sol
Vai o sol, vai o sol, vai o sol
Lá vai, lá vai o sol
Oi, jogar capoeira vai o sol
Lá vai, lá vai o sol
Vai o sol, vai o sol, vai o sol
Lá vai, lá vai o sol
É BIMBA DO BERIMBAU
É Bimba, é Bimba, é Bimba
É Bimba do berimbau
Quem zomba do mestre Bimba
Na roda vai se dar mal
É Bimba, é Bimba, é Bimba
É Bimba do berimbau
No batuque da angola
Ele criou a regional
É Bimba, é Bimba, é Bimba
É Bimba do berimbau
Sua fama corre o mundo
Seu nome é imortal
É Bimba, é Bimba, é Bimba
É Bimba do berimbau
ALEGRIA DO VAQUEIRO
Alegria do vaqueiro é ver a queda do boi
Alegria do vaqueiro é ver a queda do boi
Alegria do mestre é de vencer de quem for
Alegria do mestre é de vencer de quem for
O meu pai sempre dizia
Que a mulher matava o homem
O meu pai sempre dizia
Que a mulher matava o homem
Agora acabei de ver
Quando não mata consome
Agora acabei de ver
Quando não mata consome
MULHER COM MULHER
É jogo de mulher
É mulher com mulher
Mas tem homem que não gosta
Tem homem que não quer
É jogo de mulher
É mulher com mulher
Com uma rosa na mão
E a navalha no pé
CAMUGERÊ
Conheço você não sei de onde
Espera um pouquinho que vou me lembrar
Basta dizer o seu nome
Que eu já digo o lugar
Camugerê
Como vai vosmicê
Camugerê
Eu vou bem de saúde
Camugerê
Pra mim é um prazer
Camugerê
QUEM VEM LÁ
Quem vem lá sou eu
Quem vem lá sou eu
Berimbau bateu
Capoeira sou eu
Quem vem lá sou eu
Quem vem lá sou eu
Berimbau bateu
Capoeira sou eu
Eu venho de longe
Venho da Bahia
Jogo capoeira
De noite e de dia
Quem vem lá sou eu
Quem vem lá sou eu
Berimbau bateu
Capoeira sou eu
Eu venho de longe
Venho da Bahia
Jogao capoeira
De noite e de dia
Quem vem lá sou eu
Quem vem lá sou eu
Berimbau bateu
Capoeira sou eu
Mas sou eu, sou eu
Quem vem lá
Mas sou eu, não é tu
Quem vem lá
Mas tocando atabaque
Quem vem lá
Fumando um charuto
Quem vem lá
EU VI ACEGONHA VOANDO PRA CÁ
Eu vi a cegonha voando pra cá
Cuidado menina ela quer te pegar
Eu vi a cegonha voando pra cá
Voando pra cá e voando pra lá
Eu vi a cegonha voando pra cá
Cuidado menino ela quer te pegar
Eu vi a cegonha voando pra cá
HOJE É DIA DO NEGO LUTAR
Hoje cheguei na avenida
Pra ver o nego lutar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é o dia do nego lutar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é dia do nego lutar
Eram trazidos de longe
Para esse negro torrão
Salve a raça que deu
A vinda da colonização
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é o dia do nego lutar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é dia do nego lutar
Trabalhava na agricultura
Pecuária e mineração
Os índios tavam no Quilombo
Querendo se libertar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é o dia do nego lutar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é dia do nego lutar
Salve princesa Isabel
Chegando aqui no Brasil
No dia 13 de maio
A escravidão aboliu
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é o dia do nego lutar
Pa pa pa
Pa pa pa
Hoje é dia do nego lutar
ALÔ MARIA
Vou ligar pra você
Alô, alô Maria
Vou dizer que te amo
E no final do ano
Eu vou pra Bahia
Vou ligar pra você
Alô, alô Maria
Vou dizer que te amo
E no final do ano
Eu vou pra Bahia
Ê Maria, capoeira eu não largo não
Já tentei mas meu coração
Não vive sem ela não
Tinha que perder a visão
E nunca escutar então
A voz de um lamento
Ver um jogo de São Bento
Explode meu coração
Vou ligar pra você
Alô, alô Maria
Vou dizer que te amo
E no final do ano
Eu vou pra Bahia
Capoeira de angola
Regional, samba de roda
E maculelê
Isso tá no meu sangue
Está dentro de mim
Só falta você
Eu vou
Vou ligar pra você
Alô, alô Maria
Vou dizer que te amo
E no final do ano
Eu vou pra Bahia
JOGO DE DENTRO, JOGO DE FORA
Jogo de dentro
Jogo de fora
Valha-me Deus minha nossa senhora
Jogo de dentro
Jogo de fora
Rezo pra Deus e pra nossa senhora
Jogo de dentro
Jogo de fora
Quem não for capoeira que vá embora
Jogo de dentro
Jogo de fora
MINHA RAINHA SEREIA DO MAR
Minha rainha sereia do mar
Não deixa meu barco virar
Minha rainha sereia do mar
Minha rainha sereia do mar
Minha rainha sereia do mar
Rainha, pricesa do mar
Minha rainha sereia do mar
NÃO BATE NO MENINO
Não bate no menino
Que o menino ainda cresce
Quem bate não se lembra
Quem apanha não se esquece
Não bate no menino
Que o menino ainda cresce
Quem bate não dá bola
Quem apanha nunca esquece
Não bate no menino
Que o menino ainda cresce
ME FALTA UM BOI
Na minha boiada me falta um boi
Me falta um boi
Me falta um boi
Na minha boiada me falta um boi
Me falta um, me falta dois
Na minha boiada me falta um boi
SOLTA A MANDINGA
Solta a mandinga e
Solta a mandinga a
Solta a mandinga e capoeira
Solta a mandinga a
Solta a mandinga e
Solta a mandinga a
Solta a mandinga e capoeira
Sou Filhos de Aruanda
Solta a mandinga e
Solta a mandinga a
NÃO MEXE COMIGO MOÇO
Não mexe comigo moço
Quando eu, falo eu falo sério
Minha faca é hospital
O meu cinto é cemitério
Não mexe comigo moço
Quando eu, falo eu falo sério
Minha faca é hospital
O meu chute é cemitério
Só com a minha presença
Eu fiz a China tremer
Dei pernadas com Bruce Lee
Quebrei o braço de dez caratês
A famosa capoeira da Bahia eu lutei
O famoso incrível Hulk
Desmaiou com um tapa que eu dei
Não mexe comigo moço
Quando eu, falo eu falo sério
Minha faca é hospital
O meu chute é cemitério
Derrubei um touro na Espanha
Com um chute supersônico
Tive pena de bater
Num tal homem biônico
Precisa me conhecer
Ver como eu brigo bem
Já briguei com lobisomem
Nem sequer me arranhei
Não mexe comigo moço
Quando eu, falo eu falo sério
Minha faca é hospital
O meu chute é cemitério
Eu briguei com um sujeito
Que se chama samurai
Eu lhe dei tanta rasteira
Que até hoje o homem cai
Você diz que é de briga
Mas colega, eu brigo bem
Você já bateu em dez
Eu já bati em cem
Não mexe comigo moço
Quando eu, falo eu falo sério
Minha faca é hospital
O meu chute é cemitério
SANTO ANTÔNIO É PROTETOR
Santo Antônio é protetor
Lá da Ilha de Maré
Santo Antônio é protetor
Da barquinha de Noé
Santo Antônio é protetor
Das criança e das mulher
Santo Antônio é protetor
PEGA ESSE NEGO E DERRUBA NO CHÃO
Pega esse nego e derruba no chão
Esse nego é malvado
Matou meu irmão
Pega esse nego e derruba no chão
Esse nego é malvado
Esse nego é o cão
Ô LÁ E, LÁ E LÁ
O lá lá ê, lá lá ê
Lá lá ê, lá lá ê lá
O lá lá ê, lá lá ê
Lá lá ê, lá lá ê lá
Quem não pode não intima
Deixa quem pode intimá
O lá lá ê, lá lá ê
Lá lá ê, lá lá ê lá
Quem não pode com a mandinga
Não carrega patuá
O lá lá ê, lá lá ê
Lá lá ê, lá lá ê lá
QUEM JÁ VAI SOU EU
O sol já me iluminou
A lua desapareceu
Quem já vai sou eu
Quem lá vai sou eu
O sol já me iluminou
A lua desapareceu
Quem já vai sou eu
Quem lá vai sou eu
TAPA NA CARA, RASTEIRA NO CHÃO
Tapa na cara
Rateira no chão
Entra na roda pra ver quem é bom
Tapa na cara rasteira no chão
Entra na roda pra ver o que é bom
Tapa na cara rasteira no chão
Entra na roda pra ver o que é bom
Tapa na cara rasteira no chão
MULHER PRA MIM
Mulher pra mim tem que mater a escrita
Tem que jogar capoeira
Ser boa gostosa e bonita
Mulher pra mim tem que mater a escrita
Tem que jogar capoeira
Ser boa gostosa e bonita
Mulher pra mim tem que mater a escrita
SE ESSA MULHER FOSSE MINHA
Se essa mulher fosse minha
Eu ensinava a viver
Dava mamão com farinha
A semana inteirinha pra ela comer
Se essa mulher fosse minha
Eu ensinava a viver
Eu levava pra roda ensinava
Uma armada e o maculelê
CAIMÃ
Eu falei Caimã
Caimã, Caimã
Eu falei Caimã
Caimã, Caimã
Eu falei Caimã
Olho por olho
Dente por dente
Dizia um ditado
De antigamente
Olho por olho
Dente por dente
De antigamente, de antigamente
Olho por olho
Dente por dente
ESSE ANO EU VOU
Esse ano eu vou
Pra Bahia de qualquer maneira
Esse ano eu vou
Pra Bahia de qualquer maneira
Vou tocar berimbau
Vou dar salto mortal
Vou jogar capoeira
Esse ano eu vou
Pra Bahia de qualquer maneira
NA BAHIA TEM
Na Bahia tem
Vou mandar buscar
Berimbau de ouro
E o ferro de engomar
Na Bahia tem
Vou mandar buscar
Berimbau de ouro
E a mulata pra sambra
Na Bahia tem
Vou mandar buscar
Berimbau de ouro
Quero ver você gingar
CAJUÊ
Você precisa conhecer a Pedra Preta
Você precisa conhecer Pantaleão
Você precisa carregar pedra pesada
Pra deixar de ser ladrão
Se chamar eu vou
Cajuê
Eu vou pra lá
Cajuê
Eu vou
Cajuê
Eu vou eu vou
Cajuê
O saci quebrou aperna
Dando salto mortal
Agora quebrou a outra
Jogando regional
Se chamar eu vou
Cajuê
UMA BONECA
Quem entrou na roda o lê lê
Foi uma boneca
Foi uma boneca, o lê lê
Quem entrou na roda
Quem entrou na roda o lê lê
Foi uma boneca
Foi uma boneca, o lê lê
Quem entrou na roda
AFASTA TEU CABELO
Afasta teu cabelo
Morena ó meu amor
Encosta a tua boca
Na minha boca por favor
Afasta teu cabelo
Morena ó meu amor
Encosta a tua boca
Na minha boca por favor
Morena eu já falei
O que tinha pra falar
Larga o teu marido
E vem comigo se casar
Afasta teu cabelo
Morena ó meu amor
Encosta a tua boca
Na minha boca por favor
ADÃO
Adão, Adão
Mas cadê Salomé
Adão
Mas cadê Salomé
Adão
Salomé foi passear
Adão, Adão
Mas cadê Salomé
Adão
Mas cadê Salomé
Adão
Foi pra ilha de maré
FILHO DE BIMBA NÃO CAI
Foi você quem falou
Foi você quem falou
Filho de Bimba não cai
Cai, cai, cai, sim
Filho de Bimba não cai
Cai, cai, cai, cai
Filho de Bimba não cai
QUEBRA PAU QUEBRA MADEIRA
Quebra pau
Quebra madeira
A turma do Bimba não é brincadeira
Quebra pau
Quebra madeira
Filhos de Aruanda não é brincadeira
Quebra pau
Quebra madeira
Não é brincadeira
Não é brincadeira
ESTAS MUSICAS DA PUXADA DE REDE FAZEM PARTE DE UMA DAS CORIOGRAFIAS USADAS PELA A.C.F.A.
Mas jogou sua rede ó pescador
Se encantou com a beleza deste lindo mar.......
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer
Se deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer (Coro repete tudo)
Meus companheiros também vão voltar
E a deus do céu vamos agradecer
(Coro)
Eu vou por mar para jogar minha rede
E muito peixes eu quero pegar
Eu vou pedir para minha mãe sereia (Coro repete tudo)
Que é pra ela me ajudar
(Coro)
No mar, no mar, no mar eu vou pescar
No mar, no mar, no mar linda sereia (Coro repete tudo)
Ela é sereia
(Coro)
Que coisa linda é o céu e o mar
no luar da noite a mulher à mariscar (Coro repete tudo)
(Coro)
eu vou chamar o vento eeeoooooo
eu vou chamar o vento eeeoooooo
(oração)
GRAÇAS A DEUS GRAÇAS A DEUS
PELOS PEIXES QUE NOS DEU (nesta parte só repete as pessoas
GRAÇAS A DEUS que estão se apresentando)
SISTEMA DE GRADUAÇÃO
GRADUAÇÃO MIRIM (3 a 6 anos)
1ª. Crua / ponta verde
2ª. Crua / ponta azul
3ª. Crua / ponta amarela
4ª. Crua / ponta vermelha
5ª. Crua / ponta cinza
6ª. Crua / ponta preta
GRADUAÇÃO INFANTIL (6 a 12 anos)
1ª. Crua / verde
2ª. Verde
3ª. Crua / azul
4ª. Azul
5ª. Crua / amarela
6ª. Amarela
GRADUAÇÃO ADULTA (a partir de 12 anos)
1ª. Verde / amarela
2ª. Azul / verde
3ª. Azul / amarela
4ª. Verde / cinza
5ª. Azul / cinza
6ª. Amarela / cinza
7ª. Vermelha / cinza}ALUNO GRADUADO
8ª. Verde / preta
9ª. Azul / preta
10ª. Amarela / preta
11ª. Vermelha / preta
12ª. Vermelha
13ª. Cinza
14ª. Preta – CONTRA-MESTRE
15ª. Verde e Branca - MESTRE DE 3° GRAU
16ª. Amarela e Branca - MESTRE DE 2° GRAU
17ª. Azul e Branca - MESTRE DE 1° GRAU
18ª. Branca – GRAM MESTRE
CORDA DE ESTAGIÁRIO
1ª. Verde / vermelha – aluno
2ª. Azul / vermelha – aluno graduado
3ª. Amarela / vermelha – acima de instrutor
GRADUAÇÃO DO CURSO DE PROFESSORES
1ª FASE - crua e cinza
2ª FASE - crua e vermelha
3ª FASE - crua e preta
Importante – a corda crua é simplesmente simbólica.
SISTEMA DE MOVIMENTOS POR GRADUAÇÃO
Visando o desenvolvimento adequado do corpo discente, a A.C.F.A. estipulou a seguinte relação de movimentos que representam o conteúdo indicado para cada graduação. Este conteúdo é apresentado de forma cumulativa.
1ª GRADUAÇÃO
- Ponteiro
- Ponteira
- Meia lua de frente
- Queixada
- Armada
- Bênção
- Chapa
- Meia lua de compasso
- Meia lua de compasso amarrada
- Martelo
- Rolê
- Trava de mão
- Arrastão
- Cocorinha
- Esquiva avançada
- Esquiva paralela
- Negativa para frente
- Negativa para trás
- Aú
- Parada de mão
- Macaco (educativo)
2ª GRADUAÇÃO
- Esporão
- Martelo solto
- Martelo de chão
- Chapéu de couro
- Meia lua solta
- Chapa giratória
- Benção deslocada
- Rasteira
- Palmeada
- Banda de frente
- Entrada em cruz
- Peão de mão
- Canivete
- Parada de cabeça
- Queda de rins
- SEQÜÊNCIAS DE MESTRE BIMBA
3ª GRADUAÇÃO
- Parafuso
- Armada pulada
- Chapa de chão
- Benção de chão
- Martelo em dois tempos
- Coice
- Cabeçada
- Chibata
- Tesoura de frente e de costas
- “S” dobrado
- Reversão
- Camaleão
- Aú de cabeça
- Banda paulista
4ª GRADUAÇÃO
- Chapa giratória de chão
- Chapa deslocada
- Coice duplo
- Escala
- Arpão de cabeça
- Galopante
- Godeme
- Boca de calça
- Cata cavaco
- Aú sem mão
- Quip
- Negativa de costas
5ª GRADUAÇÃO
- Chapa deslocada giratória
- Rabo de arraia
- Arpão de joelho
- Desequilibrante
- Vingativa
- Tombo da ladeira
- Galopante duplo
- Meia lua virada
- Escorpião
- Chute à lua
- Mortal
- Flic
6ª GRADUAÇÃO
- Machado
- Cotoveladas
- Caucanheira
- Estrangulamento
- Martelo de costela
- Cristo
- Pendulo
- Vôo do morcego
- Martelo voador
- Arqueado
- Peão de cabeça
- Banda de costas
_* A partir da 7ª graduação, os treinos serão especializados.
SEQUENCIAS DO MESTRE BIMBA “conforme as gravuras e pesquisas feitas na Internet”.
1ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Meia Lua de Frente, Meia Lua de Frente , Armada, Aú com rolê
“jogado 2” -Cocorinha, Cocorinha, Negativa e cabeçada
2ª seqüência de mestre Bimba
“Jogador 1” Martelo, Martelo, Cocorinha, Bênção, Aú com rolê
“ jogador 2” Banda de frente, Banda de frenta, Armada, Negativa, Cabeçada
3ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1”- Queixada. Queixada, Cocorinha, Bênção, Aú com rolê
"jogador 2” - Cocorinha, Cocorinha, Armada, Negativa, Rolê, Cabeçada
4ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Galopante, Negativa, cabeçada
“ jogador 2” - Arrastão, Aú com rolê
5ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Giro, Joelhada, Aú com rolê
“jogador 2” - Arpão de cabeça, Negativa, Cabeçada
6ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Meia Lua de Compasso ama rrada, Cocorinha
“jogador 2" - Cocorinha, Meia Lua de Compasso
7ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Armada, Cocorinha, Bênção, Aú com rolê
“jogador 2” - Cocorinha, Armada, Negativa
8ª seqüência de mestre Bimba
“jogador 1” - Bênção, Aú com rolê
“jogador 2” - Negativa, Cabeçada
Termo de compromisso
Nós, integrantes do corpo docente da A.C.F.A., nos responsabilizamos por todos os dados deste documento do grupo. Somos cientes de seu conteúdo e concordamos com o mesmo.
Jackson Leandro Tomelin de Olivera
Presidente da A.C.F.A
Associação de Capoeira Filhos de AruandA